Autoridades chinesas detiveram um diplomata sênior no fim de julho após o retorno dele a Pequim de uma viagem oficial ao exterior, segundo o Wall Street Journal. Liu Jianchao, visto como possível futuro ministro das Relações Exteriores, foi levado para interrogatório, segundo fontes familiarizadas com o assunto. O motivo da detenção não foi informado.
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Veterano do serviço diplomático chinês e combatente da corrupção como integrante do Partido Comunista, Liu Jianchao vinha atuando como chefe do Departamento Internacional do partido, responsável pelas relações com partidos políticos estrangeiros e Estados socialistas. Suas últimas atividades públicas, divulgadas oficialmente, foram visitas a Cingapura, África do Sul e Argélia no fim do mês passado, como chefe do Departamento Internacional.
Em viagem a Washington e Nova York no início de 2024, o diplomata foi elogiado por defender de forma envolvente a necessidade de relações estáveis entre EUA e China. Participantes americanos notaram sua disposição em ouvir e responder a preocupações sobre políticas chinesas, incluindo restrições a empresas ocidentais que avaliam riscos de investimento no país. Na ocasião, ele se reuniu com think tanks como o Asia Society, investidores como Stephen Schwarzman (Blackstone) e Ray Dalio (Bridgewater Associates), além de autoridades do governo Biden, incluindo o então secretário de Estado Antony Blinken.
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O diplomata não pôde ser contatado para comentar. O Ministério das Relações Exteriores da China não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. O Departamento Internacional e a Comissão Central de Inspeção Disciplinar, principal órgão de controle interno do partido, também não foram encontrados para comentar.
A detenção de Jianchao é o caso mais recente envolvendo o alto escalão da diplomacia chinesa, desde que Qin Gang foi destituído do cargo de chanceler em 2023, apenas sete meses após assumir.
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Qin foi sucedido por seu antecessor, Wang Yi, que também é o principal responsável pela política externa do partido e membro do Politburo. Qin renunciou ao Comitê Central no ano passado, mas manteve a filiação ao partido. Após a saída de Qin, Liu Jianchao era visto como forte candidato ao cargo de ministro das Relações Exteriores, dada sua experiência e senioridade na diplomacia chinesa.
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