Quatro homens foram condenados, nesta sexta-feira (21/11), pela justiça francesa por assediar e ameaçar a DJ Barbara Butch, após apresentação na abertura das Olimpíadas de Paris, em 2024. Os réus receberam penas entre quatro a dez meses. Os ataques ocorreram após a DJ participar da cerimônia, em uma performance que incluía uma mesa com drag queens em volta. Grupos conservadores viram a cena como uma paródia ofensiva da Última Ceia de Cristo.
No tribunal, Barbara, musicista e ativista feminista, declarou que as mensagens de ódio causaram problemas psicológicos, como agorafobia. Ela também afirma fazer uso de antidepressivos desde o episódio. Segundo a advogada da DJ, a cliente sofreu com insônia e pesadelos por meses, além de ter ganhado 30 quilos a mais e ter tido problemas para sair de casa, tamanho o impacto causado pelas ameaças.
Os homens acusados admitiram ter enviado as mensagens, mas negaram ameaças e assédio. Eles afirmam ter se sentido ofendidos pelo tom da apresentação.
O presidente do tribunal correcional de Paris, classificou estas “violências digitais massivas que se exercem mais facilmente devido ao fato de estarem desmaterializadas" como "atos muito graves".
Após a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, políticos de direita e grupos religiosos vieram a público criticar a apresentação. O diretor artístico da cerimônia, Thomas Jolly também foi vítima de mensagens de ódio. Em maio, sete pessoas foram condenadas por ataques ao francês.
Ele nega que a apresentação, intitulada “Festividade”, foi inspirada na Última Ceia e afirma que a ideia era “realizar um grande festival pagão ligado aos deuses do Olimpo”.
