
Em uma casa simples de Kempton Park, na África do Sul, vive Marie Odendaal, 69 anos, dona de uma coleção com mais de 100 bonecas, e de uma história que mistura afeto, criatividade e determinação. A paixão de Marie por bonecas começou há décadas, como uma forma de se conectar com a filha Jolanda, hoje com 50 anos, que tem paralisia cerebral.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
"Eu não me importo se pensam que sou maluca", contou ela ao site What’s The Jam. "Eu falo com as bonecas. Dou bom dia para a Samantha, mas ela nunca responde — o que é esperado, já que ela é uma boneca", brinca.
O que começou como uma brincadeira entre mãe e filha acabou se tornando o principal sustento da família. Marie costura e vende cerca de 400 roupinhas de boneca por semana, uma produção intensa que permite manter Jolanda em um centro de cuidados especializado.
Depois de seu primeiro divórcio, Marie fez cursos de costura e passou a trabalhar com todo tipo de peça, de vestidos de noiva a roupas casuais. As roupinhas de boneca surgiram como atividade paralela, mas logo se tornaram seu carro-chefe. Hoje, ela atende cinco grandes clientes que revendem suas criações por toda a África do Sul.
O marido, Rudi, 66 anos, é parceiro na empreitada. Foi ele quem montou a mesa de trabalho de Marie e ajudou a organizar a pequena “linha de produção” no quintal. Ele também cultiva seu próprio hobby: restaurar um antigo Ford Cortina nos fins de semana. “Eu sempre digo a ele que o hobby dele custa dinheiro, enquanto o meu faz dinheiro”, diverte-se Marie. “Brincar de bonecas sempre fez parte da minha vida e da vida da minha filha.”
As bonecas vão além do trabalho: são também companhia e lembrança de momentos felizes. Marie conta que, no passado, ela e uma amiga costumavam organizar verdadeiros “chás de boneca” e até “casamentos” em miniatura. “De vez em quando, ainda tiro algumas da caixa”, diz, com o mesmo entusiasmo de quando tudo começou.
Em meio a bobinas, tecidos e pequenos vestidos coloridos, Marie construiu mais que uma coleção: criou um elo profundo com a filha e uma forma digna e afetuosa de sustentar sua família.

Mundo
Mundo
Mundo
Mundo
Mundo
Mundo