
Belarus libertou 123 prisioneiros, incluindo a líder da oposição Maria Kolesnikova e o ganhador do Nobel da Paz Ales Bialiatsky, informou neste sábado (13) a ONG de direitos humanos Viasna.
O anúncio ocorreu pouco depois de um enviado dos EUA em visita a Minsk declarar que Washington havia suspendido as sanções contra o potássio bielorrusso.
O presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, "decidiu conceder indulto a 123 cidadãos de diversos países", declarou a conta do Telegram Poul Pervogo, ligada à presidência bielorrussa, sem divulgar os nomes dos libertados.
Ales Bialiatski, de 63 anos, fundou a Viasna ("Primavera") em 1996 e, durante anos, liderou a principal organização de direitos humanos do país e uma importante fonte de informação sobre a repressão nesta nação do leste europeu.
Maria Kolesnikova, de 43 anos, musicista de formação, foi uma das líderes dos protestos em massa contra a reeleição de Lukashenko em 2020, considerada fraudulenta.
Ambos foram presos durante a brutal repressão a esse movimento de protesto e condenados a duras penas de prisão.
O opositor Viktor Babariko, um dos principais rivais de Lukashenko até ser preso antes das eleições de 2020, também foi libertado, segundo a Viasna.
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Enquanto estava detido, o trabalho de Ales Bialiatski lhe rendeu o Prêmio Nobel da Paz de 2022, que ele compartilhou com a ONG Memorial (Rússia) e o Centro para as Liberdades Civis (Ucrânia).
"Falei com ele; ele está a caminho da Lituânia e passa bem", disse sua esposa, Natalia Pinchuk, à AFP.
Essas libertações ocorrem depois que o enviado dos EUA, John Coale, em visita a Belarus, anunciou o levantamento das sanções americanas ao potássio, um componente usado na produção de fertilizantes e do qual Belarus é um dos principais produtores.
Nos últimos meses, o presidente dos EUA, Donald Trump, pressionou Belarus a libertar as centenas de presos políticos do país, e Lukashenko, no poder há mais de 30 anos, concedeu indulto a dezenas de pessoas.
Em contrapartida, Washington já havia suspendido parcialmente as sanções contra a companhia aérea bielorrussa Belavia, permitindo que ela mantivesse e comprasse peças para sua frota, que inclui aviões Boeing.

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