EMAGRECIMENTO

Pílula para emagrecer: o que se sabe sobre remédio que pode ser alternativa às canetas do Wegovy

Wegovy se torna o primeiro comprimido do tipo a ser aprovado, levando os medicamentos para emagrecimento além das injeções.

Pílula para emagrecer: o que se sabe sobre remédio que pode ser alternativa às canetas do Wegovy -  (crédito: BBC Geral)
Pílula para emagrecer: o que se sabe sobre remédio que pode ser alternativa às canetas do Wegovy - (crédito: BBC Geral)

A agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) aprovou uma versão em comprimido do remédio para emagrecimento Wegovy, segundo informou a farmacêutica Novo Nordisk.

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É a primeira pílula desse tipo a receber aprovação do órgão regulador, marcando uma nova era para os medicamentos voltados à perda de peso.

A fabricante dinamarquesa do Wegovy, a Novo Nordisk, afirmou que o comprimido de uso diário é uma opção "conveniente" em relação à versão injetável e que deve proporcionar a mesma perda de peso obtida com a aplicação.

A aprovação ocorre após o Wegovy já ter sido autorizado pela FDA especificamente para o tratamento da obesidade. Outros medicamentos, como o Ozempic, que têm efeitos semelhantes na perda de peso, foram aprovados inicialmente para o tratamento do diabetes tipo 2.

Outras empresas também disputam esse espaço: a farmacêutica americana Eli Lilly, por exemplo, está no processo de desenvolver pílulas com mecanismos semelhantes.

No Brasil, medicamentos usados para emagrecimento à base de agonistas do GLP-1 já contam com registro da Anvisa e podem ser prescritos por médicos — mas em suas versões injetáveis. Entre eles estão Wegovy e Ozempic, ambos com semaglutida, além do Mounjaro, que contém tirzepatida.

Enquanto Wegovy tem indicação específica para obesidade, Ozempic e Mounjaro foram aprovados inicialmente para diabetes tipo 2 e são usados também com foco em perda de peso sob prescrição médica.

Essas medicações exigem receita com retenção e acompanhamento clínico, e a Anvisa reforça que produtos sem registro sanitário não podem ser comercializados ou importados legalmente no país.

A BBC entrou em contato com a agência reguladora dos Estados Unidos (FDA) para comentar a aprovação da nova versão do remédio, mas não recebeu resposta até o momento.

A reportagem também questionou a Anvisa sobre a existência de pedidos de registro em análise no Brasil para pílulas orais voltadas ao tratamento da obesidade e sobre eventuais prazos para uma decisão, mas aguardava retorno até a publicação deste texto.

Segundo a Novo Nordisk, a versão em comprimido do Wegovy apresentou uma perda média de peso de 16,6% durante os testes clínicos da empresa, informou a farmacêutica nesta segunda-feira.

Cerca de um terço dos aproximadamente 1.300 participantes do mesmo estudo perdeu 20% ou mais do peso corporal, acrescentou a companhia.

A expectativa é que o comprimido seja lançado nos Estados Unidos no início de janeiro de 2026.

"Os pacientes terão um comprimido de uso diário, conveniente, que pode ajudá-los a perder tanto peso quanto a injeção original do Wegovy", afirmou Mike Doustdar, diretor-executivo da empresa.

A versão em comprimido do Wegovy pode impulsionar as vendas da Novo Nordisk após um ano desafiador, no qual as ações da empresa caíram depois que a companhia alertou sobre seus lucros.

A farmacêutica vem enfrentando forte concorrência no mercado de medicamentos para emagrecimento de rivais como a Eli Lilly, fabricante do Mounjaro.

Após o anúncio, as ações da Novo Nordisk subiram quase 10% no pregão estendido em Nova York.

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BBC
Kwasi Asiedu; Osmond Chia
postado em 23/12/2025 07:44 / atualizado em 23/12/2025 08:59
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