
Tatiana Schlossberg, neta do ex-presidente dos EUA John F. Kennedy, morreu na manhã de 30 de dezembro, aos 35 anos, após ser diagnosticada com uma forma agressiva de câncer em 2024.
"Nossa querida Tatiana faleceu esta manhã. Ela estará sempre em nossos corações", anunciou a família em uma publicação nas redes sociais compartilhada pela Fundação Biblioteca John F. Kennedy.
Em novembro, Schlossberg, jornalista especializada na cobertura de meio ambiente, compartilhou seu diagnóstico em um artigo publicado na revista The New Yorker e disse que os médicos lhe haviam dado menos de um ano de vida.
O texto foi publicado no fim de novembro em uma edição da publicação que marcou os 62 anos do assassinato John F. Kennedy, 35° presidente dos Estados Unidos.
Ele é neta de Kennedy e da ex-primeira-dama Jacqueline Kennedy Onassis (1929-1994); filha do designer Edwin Schlossberg e da diplomata Caroline Kennedy.
No artigo, intitulado A Battle With My Blood ("Uma batalha com meu sangue", em tradução literal), Schlossberg contou que havia sido diagnosticada com leucemia mieloide aguda depois de dar à luz em maio de 2024.
Ela descreveu seu estilo de vida até então como saudável — corria, esquiava e chegou, certa vez, a nadar no rio Hudson, em Nova York, o que "foi assustador, para levantar dinheiro para a Sociedade de Leucemia e Linfoma".
A jornalista falou sobre seu tratamento, que incluiu um transplante de medula óssea e quimioterapia, e sobre a evolução de seu quadro, que não animava os médicos.
"Durante o último exame clínico, meu médico disse que conseguiria me manter viva talvez por um ano", escreveu.
"Meu primeiro pensamento foi de que meus filhos, cujos rostos vivem permanentemente nos meus olhos, não se lembrarão de mim." Schlossberg tinha dois filhos: um menino que nasceu em 2022 e uma menina, a qual deu à luz em 2024.
Schlossberg também descreveu a dor que sua morte iria causar à sua mãe, que já foi embaixadora dos Estados Unidos na Austrália e no Japão.
"Por toda a minha vida, tentei ser boa, ser uma boa aluna, boa irmã e boa filha, protegendo minha mãe sem nunca a deixar preocupada ou zangada", escreveu.
"Agora, adicionei uma nova tragédia para a sua vida, para a vida da nossa família. E não há nada que eu possa fazer para impedi-la."
A família Kennedy acumulou proeminente reputação na vida americana, graças à sua participação na política do país por gerações — e às tragédias pessoais que tantas vezes acometeram seus membros.
Além do avô, John F. Kennedy, assassinado em 1963, Schlossberg perdeu cedo a avó Jacqueline, que morreu de câncer quando ela era bebê.
Seu tio John F. Kennedy Jr. (1960-1999) morreu em um acidente de avião com 38 anos de idade. E o tio-avô Robert F. Kennedy (1925-1968) também foi assassinado, enquanto concorria à presidência.
Robert F. Kennedy, é pai de Robert F. Kennedy Jr., conhecido como RFK Jr., que se tornou secretário da Saúde de Donald Trump neste segundo mandato do republicano.
Em seu texto, Schlossberg também relatou sua preocupação ao observar a atuação de seu primo no cargo.
"Assisti no meu leito do hospital quando Bobby, contra a lógica e o bom senso, foi confirmado para o cargo, apesar de nunca ter trabalhado em medicina, saúde pública ou no governo", escreve ela.
"Subitamente, o sistema de saúde do qual eu dependia ficou sob pressão, abalado."
Com informações de reportagem publicada em 24 de novembro de 2025.
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