MEIO AMBIENTE

O perigo da desinformação ambiental às vésperas da COP26

É muito importante ficar atento ao comportamento das redes sociais nos próximos dias. Os grupos de Telegram bolsonaristas iniciaram uma campanha de desinformação, com foco no descrédito da ciência. Logo, as mensagens vão chegar ao Instagram, ao Twitter e ao WhatsApp

Roberto Fonseca
postado em 29/10/2021 06:00 / atualizado em 29/10/2021 10:50
 (crédito: AFP / Lionel BONAVENTURE)
(crédito: AFP / Lionel BONAVENTURE)

A partir do próximo domingo (31/10), durante quase duas semanas, os olhos do mundo se voltam para a Escócia. O presidente Jair Bolsonaro sinalizou que não estará presente em Glasgow, mas os principais líderes mundiais, sim. Durante a COP26 serão discutidos e apresentados dados sobre a mudança climática em andamento. E o Brasil, mais uma vez, estará no cerne da discussão.

A delegação brasileira, com cerca de 100 pessoas, será uma das maiores. Tudo indica que ficará atrás apenas dos Estados Unidos, que, com Joe Biden à frente da nação, quer retomar o protagonismo no debate sobre o futuro do meio ambiente e a emissão de gases, pautas deixadas de lado durante a gestão de Donald Trump. Mas, a ausência de Bolsonaro, como bem alertou nesta semana o embaixador do Reino Unido, Peter Wilson, "pode enfraquecer a voz do Brasil".

Não é segredo para ninguém que Bolsonaro não tem apreço pelo discurso ambientalista. Preocupa, no entanto, deixar um tema tão importante de lado. Como líder da nação, tem, sim, que participar do debate. Enviar representantes para defender ideias do governo em uma cúpula tão importante mostra descompromisso. Sustentabilidade é a palavra de ordem em todo o mundo. Há até índices nas Bolsas de Valores que medem o sobe e desce do valor de mercado de empresas comprometidas com a preservação do meio ambiente.

Por isso, é muito importante ficar atento ao comportamento das redes sociais nos próximos dias. Os grupos de Telegram dos seguidores de Bolsonaro iniciaram uma campanha de desinformação, com foco no descrédito da ciência. Logo, as mensagens vão chegar ao Instagram, ao Twitter e ao WhatsApp. Vão se propagar como correntes.

Uma delas já está circulando. Só ontem recebi três mensagens semelhantes no WhatsApp pessoal. É um texto apócrifo "informando" que o clima da Terra sempre mudou e que a influência humana não é comprovada. Vai exatamente na contramão do que diz a ciência. Para pessoas que dedicaram a vida a estudar o tema, a magnitude e o caráter global do aquecimento que estamos vivenciando são excepcionais na história da humanidade. Nunca foi tão intenso em tão pouco tempo. Não confie no zap. Fique com a ciência.

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