Por SERGIO LEITE - Presidente da Usiminas
Quem hoje tem menos de 40 anos de idade, ou seja, cerca de 60% da população brasileira, tem dificuldades de entender a realidade que vivíamos nos anos 1980 e início dos 1990 em nosso país. A chamada década perdida marcou a transição para a volta das eleições diretas e diversos planos econômicos que buscavam uma retomada de crescimento para a economia, contenção da hiperinflação e do desemprego.
O início da década de 90 foi marcado por uma reviravolta na economia nacional, quando o país se abriu para o comércio internacional, derrubando importantes barreiras comerciais, criando, também, o Programa Nacional de Desestatização (PND). Esse Programa foi o início de um ciclo bem-sucedido de venda de estatais que geraram caixa ao Estado e permitiram que essas empresas alcançassem novos patamares de qualidade de gestão e produtos, colocando-as no mesmo nível das melhores companhias mundiais e permitindo, ainda, que o Estado concentrasse esforços em áreas prioritárias, como a saúde, a educação e a segurança.
Graças à sua situação financeira favorável e à alta qualidade operacional, a Usiminas foi escolhida para ser a primeira empresa a ser privatizada, o que ocorreu em 1991, servindo como símbolo de um novo momento econômico e social brasileiro.
Seguiram outros marcos nacionais, como Fosfértil, Embraer, CSN, Vale do Rio Doce (hoje, Vale), Telebrás, distribuidoras de energia, operadoras de telefonia e diversos bancos oficiais. Em todos os setores impactados por esse processo, observamos avanços consideráveis e, novamente, os mais jovens não conseguem mensurar o quanto evoluímos em termos de qualidade de produtos e serviços, atendimento ao cliente, governança, preços, qualificação da mão de obra e respeito ao meio ambiente.
Para dar exemplos, a própria Usiminas, alguns poucos anos depois de sua privatização, foi eleita como a Melhor Empresa do Brasil por um ranking confiável, ampliamos nossa atuação com aquisições e entrada em segmentos complementares, como mineração e serviços. Incrementamos a atuação filantrópica em saúde e educação da Fundação São Francisco Xavier, crescemos inclusive em alguns períodos de retração econômica e somos um importante exportador nacional. Nas regiões nas quais atuamos, temos forte relevância na geração de empregos, diretos e indiretos, investimentos em serviços sociais e ações para o meio ambiente.
Hoje somos líderes na produção de aços planos e, com isso, estamos presentes em todos os momentos da vida dos brasileiros, seja nos eletrodomésticos, veículos, máquinas agrícolas e industriais, nos prédios, equipamentos de geração de energia e transmissão de dados e muito mais.
Têm sido 30 anos muito intensos para o mundo, para o Brasil e para a sociedade — planos econômicos, Brics, Tigres Asiáticos, recessões mundiais, crises de petróleo, aquecimento global, COP92, Mercosul, União Europeia, Brexit, internet, internet das coisas, realidade ampliada, GPS, 2G, 3G, 4G, 5G, home office, startups, pandemia. E a lista não termina aqui.
Nesse período, soubemos nos adaptar e avançar de maneira sólida e segura. Viramos referência em atuação social, enfrentamos grandes desafios e, mais recentemente voltamos a apresentar resultados recordes. Hoje, a Usiminas é um símbolo da competência profissional de brasileiros, ítalo-argentinos e japoneses na indústria do aço.
Provavelmente muitas pessoas, especialmente os colaboradores, passaram pela insegurança da mudança e o tema foi superado pela satisfação das novas conquistas e a superação de expectativas em relação às novas condições e possibilidades que se abriram.
Certamente, essas pessoas, colaboradores daquela época até hoje, são os grandes protagonistas dessas conquistas. Homens e mulheres que abraçaram o momento, dedicaram-se de maneira unida e competente e trouxeram a empresa até aqui.
Hoje a Usiminas é uma empresa que apresenta resultados recordes, constrói o presente a cada dia, planeja e se prepara para o futuro. Investe fortemente em inovação tecnológica, transforma-se em uma empresa cada vez mais inclusiva e diversa e se compromete com uma consistente agenda ESG. Tudo para continuar fazendo nas próximas décadas o que historicamente a empresa faz de melhor: gerar valor para seus clientes, colaboradores, acionistas, comunidade e para toda a sociedade brasileira.
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