Futebol

Artigo: Figurinhas da Copa, figurões na UCL

Marcos Paulo Lima
postado em 27/08/2022 06:00
 (crédito: Reprodução/Redes Sociais)
(crédito: Reprodução/Redes Sociais)

Na infância, nunca curti o álbum de figurinhas da Copa. Até tinha cromos para jogar bafo com os colegas, mas a predileção era pelo Guia do Mundial. Sonho de consumo de quem sempre quis ser jornalista esportivo. Fazia plantão na porta da banca da Quadra 1.205, no Cruzeiro Novo, à espera do brinquedinho mais completo possível. Guardava o troco do pão para adquiri-los com prazer. Adorava o cheiro novinho das folhas das revistas Placar e Lance!.

Meu nível de exigência aumentou quando virei jornalista. Antes da era dos smartphones e tablets, encomendava guias importados como o da inglesa World Soccer. Os dispositivos móveis reduziram fronteiras. Passei a investir nos manuais do espanhol Marca, do gaulês France Football, da alemã Kicker, do holandês Voetbal International, do italiano Guerin Sportivo, do argentino Olé. Vício de um colecionador.

Na quinta-feira, bati o olho no sorteio da fase de grupos da Uefa Champions League (UCL) e criei meu próprio jogo da memória: o desafio era fechar os olhos e lembrar quantos técnicos dos 32 clubes do mais nobre torneio europeu passaram pelos meus Guias da Copa.

Eis que, no Grupo A, encontro Gio van Bronckhrost. Em 2010, este menino havia virado homem e cobria a final da Copa pelo Correio, no Estádio Soccer City, em Joanesburgo, na África do Sul. Gio era o lateral-esquerdo da Holanda na derrota por 1 x 0 para a Espanha. Hoje, é o comandante do escocês Rangers — adversário de Ajax, Liverpool e Napoli. Por falar nisso, o ex-goleiro van der Sar, outro figurão das Copas, é CEO do clube de Amsterdã.

O Grupo B tem o Porto, cujo técnico é Sérgio Conceição, camisa 11 de Portugal na Copa de... 2002. A última vencida pelo Brasil. E Diego Simeone? Como o técnico do Atlético de Madrid impunha respeito no meio de campo da Argentina nas edições de 1994, 1998 e 2002.

No C, está um dos maiores meia que vi jogar in loco. Xavi era o par perfeito de Iniesta no meio de campo da Espanha bicampeã da Euro (2008 e 2012) e da Copa de 2010. Na Champions League, será o técnico do clube do coração dele — o Barcelona. E Oliver Kahn! Lembram dele? O ex-goleiro vítima de dois gols de Ronaldo na final da Copa de 2002 é CEO do Bayern de Munique. Igor Tudor é técnico do Olympique de Marselha no Grupo D. Em 1998, foi um dos xerifes daquela Croácia, terceira colocada na Copa, que tinha como astro Suker.

Na passagem pelo Grupo F, acho o técnico do atual campeão, Real Madrid. Carlo Ancelotti usou a camisa 9 da Itália nas Copas de 1986 e 1990. Finalmente o G, de Guardiola. Para mim, o melhor técnico do mundo. O comandante do Manchester City era titular da Espanha na Copa de 1994. Pelos meus alfarrábios, inscrito com a camisa 9.

Em tempos de vícios digitais, os analógicos álbuns de figurinha e Guias da Copa estão na moda. Ótima chance de montar o seu jogo da memória e voltar a ser criança.

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