Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o novo presidente da República, num inédito terceiro mandato, eleito com 59.563.912 votos (50,83% dos votos válidos), contra 57.675.427 votos (49,17% dos votos válidos) de Jair Bolsonaro (PL), que é o primeiro presidente da República a não conquistar um segundo mandado, desde o estabelecimento da reeleição, em 2008. Entretanto, foi uma vitória muito apertada, obtida às 19h56 deste domingo (30/10), quando 98,91% das urnas já estavam apuradas e era impossível reverter o resultado, apurados 117.305.567 votos válidos. Foram registrados 1.751.415 votos brancos (1,43%) e 3.889.466 votos nulos (3,16%). A abstenção chegou a 20,90%.
A vitória apertada de Lula não tisna a envergadura da mudança que significa, porque é uma mudança de rumo que praticamente retoma o fio da história interrompido com a impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Ao discursar após a confirmação de sua vitória, Lula fez um discurso de conciliação: “Não interessa a ninguém viver numa família onde reina a discórdia. É hora de reunir de novo as famílias, refazer os laços de amizade rompidos pela propagação criminosa do ódio. A ninguém interessa viver em um país dividido, em permanente estado de guerra”, disse.
O stablishment político reagiu imediatamente à vitória de Lula, de forma muito positiva. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que acompanhou a apuração de sua residência oficial, em companhia de outras lideranças do Centrão, logo após o resultado, reconheceu a vitória de Lula e defendeu a pacificação do país. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi na mesma linha. Preocupa o silêncio de Bolsonaro, que não reconheceu imediatamente a vitória de Lula, mas isso é até compreensível, diante da derrota sofrida. Imediatamente após a confirmação do resultado, Lula obteve amplo apoio internacional, tendo-a a vitória reconhecida rapidamente pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Bolsonaro obteve uma grande vitória eleitoral em São Paulo, com a eleição de Tarcísio de Freitas, mas venceu e não levou no Rio Grande do Sul, com a vitória do tucano Eduardo Leite, o primeiro ex-governador do estado a ser eleito pela segunda vez. Com sua grande votação e aliados importantes nos governos dos três maiores estados do Sudeste — SP, RJ e MG —, o presidente da República continua sendo a segunda maior liderança do país e sua manifestação sobre o resultado das eleições, aguardada para hoje, é muito importante para a normalidade do processo democrático.
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