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Artigo: Brasileirão recicla o 7 x 1

Bola da Série A do Campeonato Brasileiro mantém tradição de parceria entre fornecedor da seleção e da competição -  (crédito: Rafael Ribeiro/CBF)
Bola da Série A do Campeonato Brasileiro mantém tradição de parceria entre fornecedor da seleção e da competição - (crédito: Rafael Ribeiro/CBF)
postado em 11/03/2023 06:00

O Campeonato Brasileiro é uma usina de reciclagem. Peças descartáveis que participaram de algum fracasso retumbante da Seleção — e até poucos anos não eram dignos de vestir o uniforme verde-amarelo em Copa do Mundo — de repente viram reforços indispensáveis em times nacionais cada vez mais carentes de referências técnicas. Voltam da Europa, desembarcam no país com direito a tapete vermelho e ganham sobrevida. Surfam na onda da mediocridade de alguns elencos e consolidam-se como intocáveis. Alguns viram ídolos.

Dos 14 jogadores que entraram em campo na maior derrota da história da Seleção, cinco disputarão a Série A, a partir de 15 de abril. Pulverizados depois daquele Brasil 1 x 7 Alemanha, em 8 de julho de 2014, em Belo Horizonte, na semifinal da Copa, David Luiz, Marcelo, Fernandinho, Paulinho e Hulk são provas de resiliência. Todos superaram a grande depressão causada pela catástrofe no Mineirão e seguiram adiante. São prestigiados pelas torcidas dos clubes aos quais estão vinculados.

Revelado nas divisões de base do Fluminense, Marcelo volta a vestir a camisa tricolor depois de 16 anos. Deixou o clube quando tinha 17. O lateral-esquerdo foi apresentado no Maracanã diante de mais de 30 mil torcedores com status de astro principal da companhia liderada pelo técnico Fernando Diniz. Os fãs pagaram R$ 12 para recebê-lo. Uma referência ao número predileto eternizado no Real Madrid.

Os remanescentes do 7 x 1 costumam voltar ao país famintos por troféus. Marcelo, por exemplo, promete brindar o Fluminense com o título inédito da Libertadores. O zagueiro David Luiz ajudou o Flamengo a conquistar a Glória Eterna e a Copa do Brasil na temporada passada. Está devendo apenas o primeiro gol com a camisa rubro-negra.

Fernandinho fez a diferença na excelente campanha do Athletico-PR na Libertadores passada. Mal chegou e colaborou na campanha do vice continental do Furacão. Eliminou o Palmeiras na semifinal e perdeu para o Flamengo na decisão. O volante é peça-chave no sistema tático do técnico Paulo Turra.

Hulk arrebentou no retorno ao país. Virou rapidamente ídolo do Atlético-MG em uma temporada de super-herói. Assumiu o protagonismo na conquista do Triplete do Galo — Mineiro, Copa do Brasil e Brasileirão. Isso tudo logo na primeira temporada, em 2021. Dois anos depois, ainda é o cara.

Paulinho lida com as lesões no retorno ao Corinthians. Amado e blindado pela Fiel, o volante passou nove meses afastado do futebol devido a uma cirurgia no joelho. A expectativa é de que ele volte a ser titular contra o Ituano, amanhã, nas quartas de final do Paulistão.

O Brasileirão recicla peças do 7 x 1 pois David Luiz, Marcelo, Fernandinho, Hulk e Paulinho ainda têm valor. E principalmente porque, em terra de cego, time que tem um deles no elenco pode terminar a temporada como rei.

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