NULL
CONGRESSO

Análise: o Congresso está certo em querer votar logo o PL das fake news

Com recentes casos de grave violência em ambiente escolar e a onda de desinformação que impera nas redes, a discussão do PL das fake news vem em boa hora

A proposta do PL das fake news tem pontos polêmicos, com um lobby muito grande das big techs -  (crédito: Jorge Franganillo/Unsplash)
A proposta do PL das fake news tem pontos polêmicos, com um lobby muito grande das big techs - (crédito: Jorge Franganillo/Unsplash)
postado em 28/04/2023 06:00 / atualizado em 02/05/2023 12:44

A suspensão do Telegram no Brasil ocorre no exato momento em que o futuro da relação dos usuários com as plataformas digitais está em discussão no país. A cada vez mais provável votação na Câmara do Projeto de Lei das fake news, na semana que vem, deve ser vista, sim, como um avanço na regulamentação das redes sociais. Hoje, a normatização está bem frouxa e o cinto precisa ser apertado. E estamos em um momento propício para as mudanças.

A proposta tem pontos polêmicos, com discussões acaloradas entre integrantes da base governista e da oposição. Vejo, por sua vez, que passou da hora a aprovação de regras bem claras em situações específicas. Vamos a elas:

1. Proibição de contas falsas criadas para simular a identidade de uma pessoa ou entidade, bem como o veto aos perfis geridos por robôs. Considero mais do que urgente tal regra. A disseminação de notícias falsas ocorre principalmente a partir de fakes. Eles distribuem e replicam entre si o conteúdo. Costumeiramente fazem comentários focados na calúnia e na difamação. Uma conta por CPF? Eu acho justo.

2. Criação de sede e manutenção de representantes de provedores de redes sociais no Brasil. Trata-se de mais um ponto fundamental. Se uma empresa opera no Brasil, é mais do que importante ter um CNPJ e um escritório no país. Uma das queixas do governo com o Telegram, por exemplo, é a dificuldade de contato e a falta de respostas da plataforma. Trata-se do quinto aplicativo mais utilizado em todo o mundo, utilizado principalmente por grupos extremistas. Não deveria ter uma sede no país? É mais do que obrigatório.

3. Existência de uma agência fiscalizadora. Um dos pontos em debate no PL das fake news é a criação de uma entidade autônoma para instaurar processos administrativos contra os provedores de conteúdo e plataformas, com a aplicação de sanções e multas. Considero de fundamental importância a existência de tal ente. É preciso, no entanto, que seja célere, sem as amarras da burocracia estatal. Rapidez é regra básica quando lidamos com a internet.

Com recentes casos de grave violência em ambiente escolar e a onda de desinformação que impera nas redes, a discussão do PL das fake news vem em boa hora. E a sociedade deve participar. Em nome do bem comum.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação
-->