NULL
Artigo

Artigo: Quando virá o novo modelo de ensino médio?

Ainda não se tem uma ideia precisa do que se entende por itinerário formativo, o que é uma pena. Deseja-se um novo modelo, com alterações necessárias na grade curricular.

A premiação está aberta a todas as escolas de educação básica e que estão legalmente registradas no respectivo Ministério da Educação ou autoridade reguladora governamental de cada país -  (crédito: Kenny Eliason)
A premiação está aberta a todas as escolas de educação básica e que estão legalmente registradas no respectivo Ministério da Educação ou autoridade reguladora governamental de cada país - (crédito: Kenny Eliason)
ARNALDO NISKIER
postado em 20/07/2023 06:00

O Ministério da Educação (MEC) está tratando os problemas do ensino médio de forma preguiçosa. A reforma foi sancionada em 2017, previa-se que seria implantada até 2024, mas na prática não parece que é isso que vai acontecer. Ainda não se tem uma ideia precisa do que se entende por itinerário formativo, o que é uma pena.

Deseja-se um novo modelo, com alterações necessárias na grade curricular. A carga horária sai de 2.400 horas para 3 mil, sendo 1.800 para as disciplinas tradicionais e 1.200 para os itinerários formativos, em que poderão surgir matérias de cunho revolucionário, à escolha dos estudantes, hoje preocupados com disciplinas como Inteligência Artificial, Robótica e Informática.

Na verdade, como considerar a necessária reforma sem salas, laboratórios e equipamentos, nem professores em número suficiente e formação adequada? Isso implica, como temos insistido, na ampla revisão dos cursos de pedagogia. Eles são responsáveis por uma espécie de estagnação na formação dos alunos, provocando o estímulo à evasão hoje assinalada.

É certo que os jovens, ao atingir o ensino médio, chegam à idade do trabalho para sobreviver — e isso não está acontecendo. Ao contrário, registra-se um acentuado abandono. Temos hoje mais de 7 milhões de estudantes fora da escola. O novo modelo pretende combater o fenômeno.

Há cerca de 8 milhões de estudantes no ensino médio. Deve ser oferecido a eles um ensino de qualidade, para que subam de forma adequada ao ensino superior ou busquem uma profissão de alto padrão em nível intermediário, como acontece nas nações mais desenvolvidas do mundo (como vimos acontecer na Alemanha e em Israel).

Um exemplo da perplexidade hoje existente é a falta de um leque de profissões a serem oferecidas aos jovens. As nossas escolas técnicas ainda não respondem totalmente por suas responsabilidades. O MEC se voltou para a ideia discutível das escolas cívico-militares, gastando tempo e dinheiro com isso. Foi lamentável equívoco do governo passado. Os orçamentos da educação pública são bilionários, apesar de terem sido reduzidos. É hora de conduzir a matéria com mais competência.

 Arnaldo Niskier - Integrante da Academia Brasileira de Letras

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação
-->