NULL
MEIO AMBIENTE

Artigo: Sustentabilidade na indústria automobilística e descarbornização

O avanço do processo de descarbonização, impulsionado pelo Acordo de Paris, tem exigido de todas as montadoras medidas concretas, de curto, médio e longo prazo, para reduzir os efeitos das mudanças climáticas

Um ônibus leva em média 80 passageiros. Os carros no DF circulam com uma pessoa em média  -  (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
Um ônibus leva em média 80 passageiros. Os carros no DF circulam com uma pessoa em média - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
postado em 25/09/2023 06:00

CIRO POSSOBOM, CEO da Volkswagen do Brasil

O setor automotivo é amplamente reconhecido como um dos pilares da economia global, desempenhando um papel crucial no desenvolvimento econômico e na geração de empregos. Somente no Brasil, a indústria automobilística representa 20% do nosso PIB Industrial, com fábricas espalhadas por todas as regiões do país e produção anual de 2,7 milhões de unidades, entre automóveis e veículos comerciais.

Como primeiro CEO brasileiro da Volkswagen, tenho acompanhado de perto as rápidas transformações que têm impactado fortemente o nosso setor, especialmente nos últimos cinco anos. O avanço do processo de descarbonização, impulsionado pelo Acordo de Paris, tem exigido de todas as montadoras medidas concretas, de curto, médio e longo prazo, para reduzir os efeitos das mudanças climáticas. Dentro da Volkswagen temos uma meta de ser neutra em carbono até 2050, considerando produtos e processos.

Esse compromisso por uma mobilidade cada dia mais sustentável acelerou a busca por descarbonização em todo o mundo. No Brasil, a demanda por veículos movidos a energias mais limpas, sejam eles abastecidos com biocombustíveis, híbridos ou 100% elétricos, cresce de forma exponencial ano após ano, gerando um compromisso de todas as montadoras em ampliar os seus investimentos no país com o objetivo de atender às exigências legislativas, tecnológicas e ambientais.

A Volkswagen, em 70 anos de atividade no Brasil, foi responsável por diversas ações que impactaram positivamente a indústria automotiva e ampliaram horizontes para a agenda ambiental, como o motor flex. Um bom exemplo de inovação, em que direcionamos esforços ao mercado brasileiro e acertamos, contribuindo para o desenvolvimento da indústria, da mobilidade e geração de empregos. E quando falamos em empregabilidade, vale sempre reforçar o nosso protagonismo nesse tema. Afinal, somos responsáveis pela geração de mais de 200 mil empregos no país, nas últimas sete décadas.

Em 2022, reafirmamos a nossa confiança no país ao anunciar investimentos de R$ 7 bilhões, de 2022 a 2026, que contemplam o lançamento de 15 novos veículos, principalmente flex e elétricos. Dentro deste ciclo, depois de anos de trabalho, estudos e testes anunciamos este ano os lançamentos do ID.4, primeiro modelo 100% elétrico da marca no mercado nacional e do ID.Buzz, versão eletrificada da Kombi. Com eles, conectamos o Brasil à estratégia global de eletrificação da Volkswagen. Estamos preparados e confiantes para as oportunidades que a nova era da indústria automobilística brasileira nos apresenta, sempre proporcionando aos nossos clientes o melhor em termos de sistemas de propulsão: combustão com etanol, híbrido e elétrico. É claro que os aportes futuros serão essenciais para avançarmos nesta jornada.

É sempre importante ressaltar que além dos investimentos privados, algumas poucas montadoras recebem R$ 4,8 bilhões por ano, via Regime Automotivo, em incentivos fiscais federais, de acordo com o relatório do TCU. No entanto, a distribuição desses incentivos é realizada de forma desigual entre as montadoras, o que inibe um processo de competição justo e saudável.

Portanto, uma condição tributária equitativa e transparente é uma premissa essencial para que o nosso setor continue sendo um pilar fundamental para o aumento da competitividade da indústria, geração de novos empregos e desenvolvimento econômico e social do Brasil. A busca por uma distribuição mais equitativa dos incentivos fiscais é um passo importante para garantir um ambiente de negócios justo e sustentável para todas as montadoras e para o país como um todo. E o avanço com a reforma tributária é, sem dúvida, uma grande oportunidade para simplificar e, principalmente, garantir mais isonomia de impostos no país.

Tenho certeza de que o futuro da nossa indústria será de mobilidade sustentável. À medida que avançamos nesta jornada, continuaremos não apenas na produção de veículos, mas também na construção de um futuro mais limpo e promissor para todos. E é muito bom saber também que a Volkswagen será novamente protagonista de mais um importante capítulo dessa história do setor automotivo.

 

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação
-->