A mobilização mundial que sempre vemos com a campanha Outubro Rosa, iniciada na década de 1990 pela Fundação Susan G. Komen for the Cure, ganhou mais força no Brasil em 2018, com a aprovação da Lei nº 13.733, instituindo-se, então, o mês de conscientização sobre o câncer de mama. Nesse período, várias ações para conscientização do tema são desenvolvidas e é comum nos depararmos com iniciativas de sensibilização à causa, como iluminação de prédios públicos com luzes de cor rosa, promoção de palestras, eventos e atividades educativas, além de veiculação de campanhas de mídia e disponibilização de informações à população.
Lamentavelmente, o cancro de mama é o tipo que mais acomete mulheres em todo o mundo, sem distinção de realidade socioeconômica. Somente no Brasil, no ano de 2022, foram estimados 66.280 casos novos, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 43,74 casos por 100.000 mulheres. Um grande aliado da causa, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) participa do movimento desde 2010 e promove eventos técnicos, debates e apresentações sobre o assunto.
Como não se sabe ao certo a real causa dessa doença, que é tratável a depender do estágio de evolução, o melhor caminho continua sendo o mesmo tripé: conscientização, prevenção e, acima de tudo, autocuidado. Neste ano, estamos trabalhando em nossa companhia o cuidado consigo e com todos, sejam clientes, colegas de trabalho, a liderança imediata ou os demais stakeholders.
Do ponto de vista de uma empresa que zela por pessoas, não podemos deixar de elencar rotinas relevantes como o autoteste, a assiduidade de acompanhamento médico e o esclarecimento de dúvidas com profissionais da área. Falar sobre o tema com amigos e amigas mais próximos, familiares e colegas de trabalho também é uma boa maneira de estabelecer um diálogo sem tabus sobre o assunto, mas não há nada mais indicado do que um olhar “credenciado” que possa avaliar todas as possibilidades e nos livrar de fantasmas desnecessários ou falsos alertas.
Novamente, sob uma perspectiva mais corporativa, de nada adianta que a conscientização seja feita para os agentes externos, como o público consumidor, se não houver uma preocupação legítima com o capital humano que compõe o time de colaboradores. Por mais que soe clichê, as empresas são feitas de pessoas. Sem um olhar atento sobre as saúdes física e mental, em algum momento, a engrenagem pode congestionar.
Se a companhia não puder investir em ações destinadas ao autocuidado, por questões orçamentárias, existe sempre a possibilidade de engajar o público em precauções que podem ser se dar na esfera privada. O setor de recursos humanos pode elaborar campanhas, sublinhando a importância de mulheres com mais de 40 anos fazerem exames clínicos das mamas anualmente, destacando ainda medidas positivas a longo prazo, como a prática de exercícios físicos, a adoção de uma alimentação saudável e balanceada e o combate ao consumo excessivo de bebidas alcóolicas e ao tabagismo. Essas últimas práticas são positivas não apenas nesse quadro preventivo, mas para tudo mais que concerne uma vida plena e saudável.
Em linhas gerais, costumo dizer que a conscientização que se enfatiza em outubro sobre a prevenção ao câncer de mama deve fazer parte do nosso calendário de janeiro a janeiro, sem férias. Além disso, é dever de todos, das esferas pública e privada, das pessoas físicas e jurídicas, semear as ideias de cuidado consigo e com os próximos.
Lucimara Santos, gerente comercial de Vida e Previdência da Porto Seguro
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