Dia internacional da mulher

O tempo da mulher é todo o tempo

Na próxima sexta-feira, celebramos o Dia Internacional da Mulher, uma data de luta para reivindicar igualdade de direitos

Cada uma de nós coleciona histórias -  (crédito: Caio Gomez)
Cada uma de nós coleciona histórias - (crédito: Caio Gomez)
postado em 03/03/2024 06:00

Costuma-se dizer de muitas mulheres que já partiram e deixaram algum legado: "Era uma mulher à frente do seu tempo". Quantas vezes não ouvimos ou escrevemos essa frase? Na próxima sexta-feira, celebramos o Dia Internacional da Mulher, uma data de luta para reivindicar igualdade de direitos, para honrar mulheres assassinadas, para lembrar das mães que enfrentam um penoso calvário para criar filhos sozinhas. E eu queria falar sobre esse tempo, que é passado, mas também presente e futuro. O nosso tempo é todo o tempo. O nosso.

Cada uma de nós coleciona histórias. Tristes, sombrias, alegres, incríveis. Vitórias e derrotas. Nossas antepassadas, todas elas, deixaram um legado, ainda que, muitas vezes, invisível. Tantas se atreveram, por meio da arte, do sagrado, das letras e de tantas outras formas a romper o predestinado destino escrito pelo patriarcado. Algumas em silêncio, às escondidas; outras com a coragem de se expor. Muitas no interior de suas casas; outras em praça pública.

Que tempo é esse que é de luta sempre? O nosso. Não esmorecer diante de tantas adversidades parece uma obrigação, tão grande que não nos damos ao direito de descansar. E nós o temos. Os lapsos de silêncio no dia, as noites tranquilas com os filhos dormindo, as viagens memoráveis são nossos descansos. E nem todas têm esse direito garantido. Por elas e também por nós, nossas filhas e netas, é que não podemos esquecer nem desistir que é a luta para a mudança que, afinal, nos define. Então, um dia teremos o descanso completo e recompensador.

Se esse tempo há de chegar? Estimo que sim. Talvez não agora, nem tão cedo, mas estamos no caminho. E, lá atrás, tantas de nós já estavam. O que quero dizer, minhas amigas, é que desde sempre caminhamos — e sempre foi luta.

Hoje, quando lideramos, estamos contando mais passos nessa trajetória. Quando abrimos espaços para outras, conquistamos mais liberdade. Quando puxamos uma mulher do sofrimento, dignificamos nossa história e nosso legado. Na próxima sexta-feira, vamos continuar de mãos dadas, aqui e agora, ocupando este tempo para muitas outras que vêm depois.

 


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