Comunicação

Líderes responsáveis compartilham mensagens equilibradas

Surge a pergunta: como você, caro leitor, se informa, se influencia e decide sobre coisas de seu interesse?

Hoje, a qualquer hora, o celular do leitor é inundado por um sem-número de notícias, filtradas ou não -  (crédito: Caio Gomez)
Hoje, a qualquer hora, o celular do leitor é inundado por um sem-número de notícias, filtradas ou não - (crédito: Caio Gomez)
postado em 15/03/2024 06:00

Organizações com expectativa de progresso precisam mostrar-se transparentes, viáveis e respeitáveis para públicos diversos.

E o melhor caminho para que elas alcancem essas características é ter lideranças que saibam conduzir uma comunicação estratégica estribada em boas mensagens e relacionamentos responsáveis com a sociedade em geral.

Todavia, a comunicação estratégica tem vivido o dilema de enfrentar o excesso de informação que circula sem controle e que afeta seus públicos de interesse.

A quantidade de dados e a rapidez com que as notícias são difundidas, particularmente por meio das mídias sociais, tendem a inviabilizar a comunicação direta entre emissor e destinatário da mensagem.

Surge a pergunta: como você, caro leitor, se informa, se influencia e decide sobre coisas de seu interesse?

Antigamente, o jornal era esperado todas as manhãs, porque ele concentrava as notícias e as propagandas, e as fazia alcançáveis, organizadamente, para a massa da população. Era a mídia de massa.

Hoje, a qualquer hora, o celular do leitor é inundado por um sem-número de notícias, filtradas ou não, permitindo, inclusive, que esse receptor se torne um potencial e até um irresponsável emissor. É a massa de mídia.

O domínio deste mercado, portanto, passou a ser a preocupação primacial das lideranças e dos profissionais de comunicação responsáveis por apresentarem ao público interessado o bem a ser apreciado.

Eles sabem que maior que a própria forma de comunicar está, sem dúvidas, a mensagem que se propõem a difundir.

Portanto, as mensagens de longo prazo devem ser definidas com base em valores e tradições, pilares de organizações maduras. As de médio prazo, com base em diretrizes plurianuais, que apontam a orientação do dirigente maior. E as de curto prazo, que agem para debelar situações de momento, impedindo que se transformem em crises para a organização.

A formulação da mensagem e a sua divulgação podem ser centralizadas, nesse caso sob responsabilidade direta das lideranças estratégicas, que se tornam, então, espelho da instituição.

Ou, de outra forma, como nós conhecemos no jargão militar, como missão pela finalidade, na qual até funcionários em níveis menores são estimulados a apresentarem a mensagem que suas organizações querem divulgar.

No mundo moderno, volátil, incerto, complexo e ambíguo (VUCA), tornou-se imperativo para as organizações de Estado, como Forças Armadas, conduzir bem a comunicação estratégica — quase uma questão de sobrevivência.

No Brasil, diante do cenário atual, no qual, em passado recente, as Forças Armadas foram tragadas para a arena política, os comunicadores dessas instituições incluem como destino de suas mensagens não somente a sociedade em geral — principal ouvinte —, mas também os poderes constituídos.

Essas estruturas de poder deverão, a partir de um diálogo franco com as organizações militares, ajudar no atingimento da missão constitucional e social das Forças Armadas.

Os poderes da República devem assumir em suas mensagens a solidez das relações entre civis e militares (que é palpável aos olhos da sociedade e reconhecida por muitas autoridades de relevo), jamais incentivando a cizânia.

As Forças Armadas brasileiras, por sua vez, sabem que na demonstração da sua importância junto ao Estado brasileiro terão de informar, de maneira equilibrada, os seus requerimentos operacionais, o assessoramento a ser promovido às autoridades superiores e, por fim, certificar-se da perfeita compreensão pelo povo da missão que a elas lhes foi confiada.

Inquestionavelmente, as lideranças fardadas têm sustentado um esforço contínuo em comunicar a mensagem de cooperar para serenar o ambiente nacional, afastando-se da cena política partidária, ao tempo em que buscam intensificar e consolidar seu comportamento profissional, característico há muito tempo dos homens e das mulheres das armas nacionais.

E elas não exigem nada por isso, nem poderiam, pois sempre foram servas dos controles constitucionais. Mas desejam serenidade na interlocução com as outras lideranças institucionais.

Essa reciprocidade deverá ser marcada por diálogos que fluam continuamente, cujas mensagens sejam confiáveis e estejam afastadas de notícias "alternativas", essas difundidas ao sabor dos humores figadais e interesses pessoais.

A ninguém interessa a instabilidade.

*Otávio Santana Rêgo Barros, General de Divisão R1

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