Futebol

Os domadores de gênios

O poder dos estilos de liderança de Carlo Ancelotti, Pep Guardiola, Luis Enrique e Thomas Tuchel para domar novos os novos astros da Champions League

Carlo Ancelotti comemora o título da Champions League de 2022 entre os jogadores do Real Madrid com direito a charuto -  (crédito: Reprodução/Instagram)
Carlo Ancelotti comemora o título da Champions League de 2022 entre os jogadores do Real Madrid com direito a charuto - (crédito: Reprodução/Instagram)
postado em 17/03/2024 01:25 / atualizado em 17/03/2024 01:27

Dos oito técnicos remanescentes na Liga dos Campeões da Europa, quatro ostentam no currículo pelo menos um título do principal torneio de clubes do Velho Continente. Metade. Há um elo entre eles. Em tempos estranhos, com Lionel Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar e Benzema em ação na periferia do futebol mundial, nas ligas da Arábia Saudita e dos Estados Unidos, todos são responsáveis por domar astros substitutos e levá-los à glória na final marcada para Wembley, em 1º de junho.

Recordista de títulos do torneio, o italiano Carlo Ancelotti tem na prancheta Vinicius Junior, de 23 anos, e Jude Bellingham, 20. O brasileiro e o inglês jogam juntos pela primeira vez nesta temporada, mas parecem parceiros desde a infância. Não é mérito deles. Total do italiano. Sugiro a leitura do livro Liderança tranquila para entender como esse senhor de 64 anos controlou a vaidade nos vestiários de Milan, Real Madrid, Paris Saint-Germain e Bayern de Munique em diferentes eras. Do análógico aos tempos digitais, forjou melhores do mundo como Kaká, Cristiano Ronaldo, Modric e Benzema. O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, não flertava com Carleto por acaso.

O Real Madrid inicia o fim de semana com 92 gols na temporada de 2023/2024: 20 de Bellingham e 16 de Vinicius Junior. Ambos são responsáveis por mais de um terço da produtividade ofensiva do time merengue. A sintonia perfeita rumo ao cobiçado 15º título. Pep Guardiola coleciona três orelhudas. Se eliminar o Real Madrid de Carlo Ancelotti nas quartas, terá oportunidade de igualar-se ao italiano em quantidade de títulos da Liga dos Campeões.

Em 2009 e em 2011, mudou o patamar de Messi. Iniciou a coleção de prêmios do recordista de troféus de melhor do mundo. A missão, agora, é levar ao trono jovens como Erling Haaland, um dos artilheiros da Liga dos Campeões, com seis gols, ao lado de Mbappé, Kane e Griezmann. Nem mesmo o título da temporada passada foi capaz de consagrá-lo o número 1 do planeta em 2023.

Luis Enrique guiou o Barcelona ao título da Liga dos Campeões em 2015. Controlava os gênios de Neymar, Messi e Luis Suárez, o badalado trio MSN, protagonista da vitória contra a Juventus na final, em Berlim. Aos 53 anos, o espanhol tenta manter Kylian Mbappé na linha. O francês vive a temporada mais difícil da carreira. Jogou Messi e Neymar para escanteio a fim de reinar soberano no Paris Saint-Germain antes da iminente transferência para o Real Madrid. A performance individual na temporada é extraordinária: 35 gols em 36 exibições sob a batuta do espanhol.

O alemão Thomas Tuchel guiou um Chelsea sem astro ao título da Champions League em 2021. Três anos depois, desfruta de um centroavante brilhante como o inglês Harry Kane no Bayern de Munique. Em vez de administrar vaidades, o desafio é aquecer a chuteira de quem tem fama de pé-frio.

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