Música

Artigo: Centenário do samba

Mesmo tendo vários estilos como concorrentes, inclusive os originários de países diversos, nenhum deles conseguiu superá-lo em preferência

Em Brasília e outras cidades do Distrito Federal, proliferam rodas de samba -  (crédito:  Arquivo da família)
Em Brasília e outras cidades do Distrito Federal, proliferam rodas de samba - (crédito: Arquivo da família)
postado em 16/04/2024 06:00

Acredito que ninguém questiona a afirmação de que o samba é o gênero mais representativo e de maior popularidade no espectro da música popular brasileira. Mesmo tendo vários estilos como concorrentes, inclusive os originários de países diversos, nenhum deles conseguiu superá-lo em preferência.

Ouve-se samba nas diversas regiões do Brasil. Em Brasília e outras cidades do Distrito Federal, proliferam rodas de samba. O mesmo ocorre em diferentes regiões do país, onde compositores, cantores, instrumentistas e grupos, formados por representantes de diferentes gerações, se encarregam de mantê-lo ativo, firme e forte.

Historicamente, o samba surgiu em 1924 e, por consequência, neste ano, comemora-se o seu centenário. A honra de ter sido proprietária do local onde o samba foi criado coube a Hilária Batista de Almeida, que se tornou conhecida por Tia Ciata. Nascida em 13 de janeiro de 1854, ela era natural de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano, onde, tempos depois, nasceram Assis Valente (autor de Brasil Pandeiro, imortalizado pelos Novos Baianos no emblemático LP Acabou chorare), Caetano Veloso e Maria Bethânia.

No início do século 20, aos 22 anos anos, ela foi para o Rio de Janeiro, onde participou do que se tornou conhecida como diáspora baiana. Babalorixá do candomblé que comandava em Salvador, ao chegar na capital federal, se instalou no centro da então Cidade Maravilhosa.

Para sustentar os filhos, trabalhou como quituteira, paramentada com turbante na cabeça e volumoso vestido branco, sendo uma das precursoras do movimento das tias baianas, na rua Visconde de Itaúna, adjacente à Praça Onze. O local era chamado de Pequena África.

A casa onde morava tornou-se o ponto de encontro de personalidades da importância de Donga, Heitor dos Prazeres, João da Baiana, Sinhô e, claro, Pixinguinha. Donga, aliás, é o autor, em parceria com Mauro de Almeida, de Pelo telefone, tido como o primeiro samba gravado.

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