Felipe Rodrigues da Costa — Professor da Faculdade de Educação Física da UnB, presidente da Associação Brasileira sobre Dupla Carreira Esportiva (ABDC); Marisete Peralta Safons —Professora da Faculdade de Educação Física da UnB
A comunidade da Universidade de Brasília (UnB) escolheu, no último dia 5, os professores Rozana Naves e Márcio de Farias como futuros dirigentes máximos da instituição. Pelos próximos quatro anos, decidimos por uma mudança nos rumos acadêmicos e administrativos da principal instituição de ensino superior do Centro-Oeste e da sétima universidade federal do país. A confirmação da vontade da comunidade acadêmica passou pelo Conselho Universitário e aguarda a nomeação pelo Presidente da República.
Com expressiva votação em todos os segmentos — discentes, docentes e técnicos —, o programa da Chapa 93-Imagine UnB conquistou 65% dos votantes, que confiaram no forte discurso em defesa da democracia e da justiça socioambiental, pela garantia que postula alçar a diversidade, a equidade e a inclusão como eixos estruturantes e imprescindíveis de uma instituição pública, gratuita, autônoma e de qualidade.
Os desafios que a chapa 93, democrática e legitimamente vitoriosa na consulta, terão que enfrentar são diversos e envolvem temas relacionados ao ensino (a entrada e permanência discente), à pesquisa (financiamento e internacionalização), à extensão (capilaridade e condição de atendimento), à valorização do seu corpo técnico e da desburocratização de processos.
A promoção da saúde e da qualidade de vida nos campi é um tema relevante e presente no cotidiano da Universidade de Brasília. Reconhecida por sua excelência, a UnB demonstra seu compromisso com o bem-estar de sua comunidade ao adotar práticas e políticas alinhadas às melhores diretrizes nacionais e internacionais. A cultura, a arte e o esporte são eixos fundamentais no processo de promoção da saúde física e mental de toda a comunidade e indissociáveis do dia a dia da nossa instituição, que exibe uma ampla estrutura para a oferta e o atendimento dessas demandas.
Compreender seus espaços físicos como de interesse institucional ampliado, e não de determinada unidade, será um passo importante para qualificar as ações de extensão, artísticas, culturais e esportivas. O Centro Olímpico da UnB, um dos maiores complexos esportivos universitários do país, com parque aquático, campos de futebol, quadras poliesportivas, ginásio e um complexo de atletismo com certificação internacional, é um patrimônio da UnB e da comunidade em geral. No entanto, a falta de recursos financeiros tem comprometido a manutenção das instalações, que estão sob a responsabilidade da Faculdade de Educação Física.
A comunidade acadêmica e esportiva clama por mais investimentos para garantir a preservação e o pleno funcionamento desse importante espaço. Promover a acessibilidade a todo o Centro Olímpico é, além de um desafio, uma urgência. Parcerias com entidades do nível do Comitê Paralímpico Brasileiro esbarram em condições estruturais e de acessibilidade que precisam de soluções eficientes.
Outro desafio importante é assumir, de fato, a importância da Diretoria de Esportes e Atividades Comunitárias (e suas respectivas coordenações) para a implementação, o acompanhamento e a avaliação das ações que são de sua responsabilidade. Retomar projetos como os Jogos Internos da UnB e os Festivais de Música são demandas antigas, necessárias e devem ser tratadas como assuntos institucionais.
A Universidade de Brasília precisa urgentemente de uma política institucional que valorize o esporte e garanta o financiamento adequado para suas atividades. A prática esportiva é fundamental para a promoção da saúde e do bem-estar dos estudantes, além de contribuir para a formação integral dos futuros profissionais. A nova Lei Geral do Esporte, que prevê o esporte para toda a vida, reforça a necessidade de políticas públicas que incentivem a prática esportiva em todos os níveis de ensino. A UnB, com sua grande comunidade estudantil, tem um papel fundamental nesse processo.
A Universidade de Brasília celebra a diversidade de sua comunidade e reconhece o papel fundamental do esporte, da arte e da cultura na promoção da inclusão social. Ao oferecer atividades para homens, mulheres, pessoas idosas, comunidade LGBTQIA e indígenas, cria um ambiente em que todos se sentem valorizados e respeitados. Por meio do esporte, da arte e da cultura, a universidade busca fortalecer os laços entre seus membros e construir uma sociedade mais justa e igualitária.
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