
O Brasil começa 2025 com a agenda repleta de desafios. Diante de demandas internas urgentes e complexas em diversas áreas, como na economia, o país terá, ainda, a responsabilidade de sediar a 30ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30). O evento de importância mundial ocorrerá em Belém, no Pará, entre 10 e 21 de novembro. Apesar de toda a relevância, postos-chave para a articulação do encontro estão indefinidos, o que não deixa de causar uma certa preocupação.
Após a COP 29, em Baku, no Azerbaijão, ano passado, o Itamaraty, o Ministério do Meio Ambiente e a Casa Civil começaram a trabalhar na construção da assembleia no Norte brasileiro. A cidade de Belém também se movimenta para receber os participantes, e medidas como a ampliação da capacidade hoteleira estão sendo tomadas. Mas existem muitos pontos a serem articulados para assegurar o sucesso dos debates, que vão desde a infraestrutura ideal até a preparação para a condução das discussões.
Depois da frustração com a COP 29, que não resolveu totalmente as questões referentes ao financiamento climático, a expectativa é grande sobre as decisões em Belém. Com isso, o Brasil precisará apresentar uma atuação diplomática bastante eficiente para tentar reajustar o fracasso do documento assinado, inclusive sob protestos, em Baku.
As lideranças locais da COP 30 — especialmente o presidente, que media as conversas antes e durante o evento — serão, portanto, fundamentais para dar as respostas esperadas. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou a ambição de que a edição sob seu governo seja um marco para o meio ambiente. Para tanto, é preciso iniciar as ações que busquem o alinhamento necessário. Como anfitrião, o Brasil tem de dar a largada nesse processo.
A pauta é extensa e, além do tema envolvendo dinheiro, o avanço no compromisso com a redução das emissões de gases poluentes deve aparecer em destaque. As condições climáticas extremas, com cada vez mais registros de ocorrências trágicas pelo mundo, aumentam o protagonismo da conferência em território nacional. Detentor da maior biodiversidade do planeta, a COP 30 é a chance de o Brasil dar o exemplo e deixar um legado na busca pela preservação e recuperação da natureza.
A jornada de 2025 possui, sem dúvida, a missão de ampliar significativamente os recursos para subsidiar o enfrentamento das mudanças ambientais. Porém, não pode deixar de lado as desigualdades sociais e o sofrimento que muitas populações enfrentam diante das consequências da alteração do clima.
Incontáveis esforços precisam ser colocados em prática para mitigar os efeitos de desastres consumados e evitar que outros aconteçam. Somente baseado em alianças fortes um acordo à altura dos problemas pode ser firmado. Por isso, o país tem de assumir a tarefa de começar a mobilizar governos, setores privados e sociedade global em torno da COP 30. As articulações para o êxito dos debates não podem esperar muito, assim como os acordos que garantam o futuro global.
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