
"Seus rins estão ok? Faça exame de creatinina para saber." Esse é o slogan da campanha promovida pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) para o Dia Mundial do Rim, na próxima quinta-feira, 13 de março. Este ano, a SBN vai divulgar cerca de 900 atividades que incentivam as pessoas a recorrerem ao exame de creatinina, um dos melhores indicadores da saúde dos rins, porque avalia a capacidade do órgão de filtrar resíduos do sangue. Os níveis elevados de creatinina podem indicar doenças como insuficiência renal crônica, uma condição crescente no Brasil.
Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), dados de setembro de 2024 mostram que, no Brasil, 66.517 adultos estão na lista de espera por um transplante de órgão. Desse total, os transplantes de rim lideram o ranking, com mais da metade das solicitações (36.642), seguidos por córnea (27.645), fígado (1.384), coração (361), pâncreas/rim (283) e pulmão (190). Entre os estados, São Paulo ocupa a primeira posição na busca por um órgão (24.572). Na sequência, Minas Gerais (7.084), Rio de Janeiro (6.273), Bahia (3.736), Paraná (3.371) e Pernambuco (3.139).
Com relação à mortalidade, de 11.328 adultos e 2.916 crianças que ingressaram na lista de espera entre janeiro e setembro de 2024, morreram, respectivamente, 238 e 12 pacientes, o que comprova a importância de cuidar dos rins durante toda a vida. Sobretudo porque os sintomas de complicações renais são perceptíveis — como cansaço excessivo, aumento do volume de urina, inchaço e dor na região lombar —, mas os primeiros indícios da doença renal crônica são silenciosos, como dificuldade de concentração e perda de apetite. A enfermidade costuma ser descoberta em fases mais avançadas, quando são considerados tratamentos desgastantes, como a hemodiálise ou a diálise peritoneal.
Outro desafio é que o rim transplantado não dura para sempre. Em média, um órgão sadio pode funcionar por 10 anos ou mais, mas aspectos como transplantes anteriores, intercorrências ocorridas no momento do procedimento cirúrgico, o número de transfusões de sangue recebido pelo paciente e a própria qualidade do órgão doado podem interferir na duração de seu funcionamento.
Portanto, no checape anual ou nos exames de rotina, seja com um clínico geral, seja com um urologista, é fundamental que o médico solicite o teste da creatinina no sangue, além de tantos outros, como o hemograma, glicemia de jejum, triglicérides e colesterol. Se não o fizerem, que os pacientes os lembrem da necessidade de incluir a saúde renal.
Prevenção nunca é demais. E as medidas de educação em saúde, também. Entidades de saúde públicas e privadas, juntamente com autoridades, precisam se mobilizar para escancarar ao público a necessidade dos cuidados e, obviamente, a importância da doação de órgãos. O Dia Mundial do Rim, na semana que vem, é uma boa oportunidade para isso.