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Copa é o game da vida real: a magia do encontro entre clubes gigantes

A sensação, direto do país da festa, é estar imerso em um mundo virtual transformado em realidade. Organização do torneio em solo americano põe em prática algo quase impensável antes

Escudos dos 32 clubes participantes da Copa do Mundo enfeitam escudo luminoso da Fifa: evento reúne gigantes de vários países em disputa sonhada por muitos -  (crédito: Chandan Khanna/AFP)
Escudos dos 32 clubes participantes da Copa do Mundo enfeitam escudo luminoso da Fifa: evento reúne gigantes de vários países em disputa sonhada por muitos - (crédito: Chandan Khanna/AFP)

Sabe quando o seu filho reunia amigos e amigas da escola para brincar de videogame na sala da sua casa até altas horas da noite, e a molecada montava tabelas imaginárias com jogos aleatórios praticamente impossíveis de acontecer na vida real? A sensação, aqui nos Estados Unidos, é de um mundo virtual transformado em real no lançamento da Copa do Mundo de Clubes da Fifa.

É como se você entrasse no menu do consolei e escolhesse um duelo entre o seu clube do coração contra uma potência da Europa ou um anônimo da Oceania. Algo quase impensável antes.

Há quem torça o nariz para a ideia do presidente Gianni Infantino, mas vale lembrar: a consagrada Copa do Mundo de seleções sofreu resistência enorme em 1930. Houve boicote pesado do Velho Continente. Apenas Bélgica, França, Romênia e a extinta Iugoslávia toparam viajar até o Uruguai para disputar o torneio. A história começou com 13 seleções. Aumentou para 16, 24, 32 e serão 48 em 2026. Haverá pico de 64 na edição centenária em 2030. O que parecia loucura na gestão de Jules Rimet virou a apoteose do esporte mais popular do mundo a cada quatro anos.

Curiosamente, as grandes ideias são lançadas na banda de cá do Oceano Atlântico. O primeiro torneio continental de de seleções foi a Copa América. A Eurocopa copiou. A Copa do Mundo saiu do papel no Uruguai. Pioneiro da Copa do Mundo de Clubes, o Mundial de Clubes da Fifa teve caráter experimental no Brasil, em 2000, na conquista do Corinthians. O novo torneio pode ser o maior legado de Infantino, assim como a inauguração, em breve, da versão feminina.

A Copa do Mundo de Clubes da Fifa goumetiza o Projeto Tóquio. Antigamente, esse era o sinônimo de ter a chance de ir à Copa Intercontinental, à Copa Toyota ou ao Mundial de Clubes quando a final era na capital japonesa. O novo torneio da Fifa desafia os presidentes. Demanda administrações modernas. Botafogo, Flamengo, Fluminense e Palmeiras trabalharam. Todos se estruturaram.

O Flamengo provou remédio amargo nos dois mandatos de Eduardo Bandeira de Mello para virar rico. Sucesso consolidada por Rodolfo Landim. Paulo Nobre iniciou a revolução do Palmeiras. Mauricio Galiotte e Leila Pereira deram sequência. O Botafogo virou SAF e tem John Textor como mecenas. Mario Bittencourt brilha no Fluminense. Mesmo sem os investimentos dos concorrentes, levou o tricolor ao título inédito da Libertadores em 2023. Se o seu time deseja participar da festa em 2029, é preciso mirar nesses quatro modelos.

A primeira Copa de Clubes da Fifa tem problemas? Sim! Os fãs de esporte nos EUA odeiam jogos com placar baixo. O empate por 0 x 0 entre Inter Miami e Al Ahly do Egito é um pecado imperdoável. A Fifa errou no preço dos ingressos. As bilheterias viraram Outlet no país das liquidações. Mas digo sem medo de errar: o outlet tem potencial para virar butique nas próximas edições. Primeiro, você começa, depois, melhora!

 


MP
postado em 16/06/2025 06:00
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