
Entre as manifestações artísticas no espectro da cultura do país, é com a música que tenho maior identificação. Isso vem de tempos idos, mais especificamente da infância, quando em Barreiras, na região oeste da Bahia, ouvia programas na Rádio Nacional do Rio de Janeiro e o serviço de alto-falante da Praça Duque de Caxias, pomposamente chamado pelo locutor de Rádio Educadora.
À época, apreciava canções interpretadas por Ângela Maria, Emilinha Borba, Marlene, Nora Ney, Francisco Alves, Jorge Goulart e Nelson Gonçalves, artistas estelares de destaque da era de ouro do rádio.
Já radicado em Brasília, onde cheguei em meados da década de 1960, tomei conhecimento dos Beatles, a maior banda da história do pop-rock, que passei a acompanhar. Aos sábados, me colocava em frente ao velho aparelho de TV para assistir ao Jovem Guarda, programa que tinha Roberto Carlos como apresentador. Mas mantinha-me atento ao que ocorria no âmbito da música popular brasileira.
No exercício do meu ofício, como repórter do Correio Braziliense, escrevi as primeiras matérias sobre cantores, cantoras, compositores e instrumentistas cuja carreira teve início na capital federal. Cito, entre outros, Oswaldo Montenegro, Renato Russo, Dinho Ouro Preto, Philippe Seabra, Paulo César Cascão, Hamilton de Holanda, Fernando César, Renato Matos, Rosa Passos, Zélia Duncan e Cássia Eller; além das bandas Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Capital Inicial, Plebe Rude e Detrito Federal.
Tenho, igualmente, ao longo do tempo, entrevistado importantes artistas da MPB, entre os quais Roberto Carlos, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Ney Matogrosso, Djavan, Jorge Ben Jor, Lulu Santos, Chico César, Bell Marques, Maria Bethânia, Marisa Monte, Simone, Mônica Salmaso, Ivete Sangalo, Daniela Mercury. Isso, ao se apresentarem na capital federal ou quando estavam lançando disco.
O mesmo ocorreu, obviamente, em relação aos saudosos Cauby Peixoto, João Gilberto, João Donato, Tim Maia, Cazuza, Elis Regina, Gal Costa e Nana Caymmi, que foram protagonistas de matérias que publiquei no Correio.
Essa breve retrospectiva tem como intuito anunciar a comemoração de 50 anos enquanto repórter e colunista do jornal que me acolheu em seu quadro de servidores em 24 de junho de 1975. Aqui, na redação, vivi alguns dos melhores momentos ao longo das últimas cinco décadas.
Para celebrar a data, farei o lançamento do livro Artes em festa — 50 anos de reportagem cultural, dia 23 próximo, no Beirute da 109 Sul. Aproveito para convidar os leitores a compartilharem comigo.
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