Esporte

Nossa jovem fábrica de talentos

Há atletas escondidos nas 37 regiões administrativas do Distrito Federal expostos na vitrine da competição para a geração nascida a partir de 2008 — ano dos Jogos de Pequim-

Arte: Caio Gomez -  (crédito: Caio Gomez)
Arte: Caio Gomez - (crédito: Caio Gomez)

O Distrito Federal é anfitrião dos Jogos da Juventude até o próximo dia 25. O evento organizado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) comprova a vocação da capital para abrigar o evento de base, promover a inclusão social, descobrir talentos, moldá-los, renovar a safra de atletas em diversas modalidades e elevá-los ao pódio. Há talentos escondidos nas 37 regiões administrativas expostos na vitrine da competição para a geração nascida a partir de 2008 — ano dos Jogos de Pequim-2008.

Medalhista de prata em Paris-2024, Caio Bonfim inspira um exército na marcha atlética. Aos 15 anos, Gabriela Beatriz Barros de Souza, a Gabi Barros, como o pai, Washington, diz que ela gosta de ser chamada, é considerada fenômeno. Quebrou o recorde dos 3.000m competindo com atletas mais velhas e treina para ir além no Campeonato Brasileiro, no próximo mês, em João Pessoa. Focada, Gabi me contou que deseja cursar educação física ou fisioterapia, profissões vinculadas ao esporte. O alvo prioritário é competir nos Jogos de Brisbane-2032.

A marcha atlética também viu Samuel Vinicius ganhar bronze nos 5.000m. A capital protagonizou ouro e prata nos 800m com Josué Barros Natividade em primeiro e o colega dele, Henrique Rodrigues Alencar, na segunda posição. Nas águas, o DF iniciou os Jogos da Juventude celebrando a prata de Pedro Henrique Moreira nos 200m medley. Brasília forja promessas na ginástica artística. José Luiz Miranda garimpou ouro.

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

Os Jogos da Juventude são um trailer da vida como ela é nas competições adultas de alto rendimento. Um ensaio necessário para a realização de sonhos como os de Caio Bonfim (atletismo); Ketleyn Quadros e Guilherme Schimidt (judô); e Gabi Portilho (futebol feminino), protagonistas da melhor participação candanga na história dos Jogos Olímpicos. O quarteto subiu ao pódio no ano passado, em Paris-2024.

Há outras provas de que o esporte é um investimento necessário no DF em diversas modalidades de ponta. A seleção feminina de vôlei, liderada pelo técnico José Roberto Guimarães, acaba de conquistar a medalha de prata na Liga das Nações e o bronze no Campeonato Mundial com o brilho da central Júlia Kudiess. O levantador Matheus Brasília é um dos convocados por Bernardinho para a campanha masculina no Mundial, a partir de amanhã, nas Filipinas.

Gui Santos ajudou o basquete masculino a voltar aos Jogos Olímpicos no ano passado. Ele só não participou da conquista da AmeriCup, na Nicarágua, porque o Golden State Warriors, time de Stephen Curry na NBA, não autorizou a liberação do ala.

Em julho, Brasília abrigou etapa inédita da Street League Skateboarding (SLS) e ostentou Felipe Gustavo como um dos protagonistas na Esplanada dos Ministérios.

Temos joias no tênis. Goiano radicado em Brasília, Guto Miguel alcançou as semifinais no US Open Juvenil, em Nova York. Só foi parado pelo búlgaro Alexander Vasilev. Prodígio no golfe, a brasiliense Bella Simões, de 11 anos, segue competindo com as melhores da faixa etária dela nos Estados Unidos. Empilha prêmios em uma modalidade carente de ídolos no país.

Para não dizer que não falei do futebol, temos Endrick candidato a disputar a Copa. Gustavo Gomes em evolução nas seleções de base da CBF. Ganhou o Sul-Americano Sub-17. Kaká, eleito melhor jogador do mundo em 2007, e Lúcio campeões mundiais. Uma pequena amostra do potencial de uma jovem cidade de 65 anos para produzir talentos em série na indústria do esporte.

  • Google Discover Icon
MP
postado em 13/09/2025 04:02 / atualizado em 13/09/2025 06:02
x