Visão do Correio

Planejamento na malha rodoviária

A mobilidade eficiente exige ações do poder público e do cidadão pela garantia do respeito à vida e pelo desenvolvimento socioeconômico

 12/12/2025. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil.  Brasilia - DF. Trânsito na rodoviária do Plano Piloto -  (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
12/12/2025. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Trânsito na rodoviária do Plano Piloto - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

No Brasil, as estradas são a principal alternativa de deslocamento por demandas de trabalho e de lazer. Com uma das maiores malhas rodoviárias do mundo — cerca de 1,7 milhão de quilômetros de estradas, segundo dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) —, esse vasto conjunto é fundamental para a circulação de pessoas e de cargas, inclusive o escoamento da produção até os portos. Nesta época, com as celebrações de fim de ano e as férias escolares, o movimento é intensificado devido ao aquecimento da economia e às viagens de descanso, escancarando questões que há décadas permeiam o sistema.

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O aumento de fluxo no asfalto escancara a falta de segurança e manutenção, além de comprovar que a imprudência segue ao lado de muitos motoristas — problemas que o país ainda não conseguiu deixar para trás. Os obstáculos começam na própria constituição das rodovias, já que, do total da extensão nacional, a grande maioria não é pavimentada. As condições precárias espalham prejuízos e provocam mortes em números preocupantes.

A imprudência também segue ao lado dessa realidade de perdas, e a parte que compete aos motoristas precisa ser considerada. Se na rota há diversas armadilhas, quem está ao volante precisa adotar medidas para minimizar os riscos. Fazer a revisão do veículo, dirigir com cautela, respeitar as regras e as sinalizações — como limite de velocidade — e planejar o trajeto são responsabilidades que não podem ser negligenciadas.

Aos governos e órgãos responsáveis pelas estradas, a tarefa é enorme e não está em dia. A fiscalização e as verbas destinadas às melhorias são insuficientes diante do tamanho das estatísticas. A melhoria da infraestrutura é um processo que requer constância e recursos. Por sua vez, as concessões à iniciativa privada precisam ser conduzidas e monitoradas pelas autoridades com todo o rigor possível.

A realidade é que a malha rodoviária impõe elevados custos econômicos e logísticos ao Brasil. A grandeza territorial e a predominância do transporte rodoviário exigem investimentos contínuos em manutenção e ampliação das estradas. Sem isso, as consequências são o alto custo do frete, o consumo elevado de combustível e o desgaste maior dos veículos. A falta de conservação ainda compromete a segurança viária.

Outro desafio é aprimorar a integração com demais modais, que permanece limitada. Como resultado, a dependência excessiva das rodovias reduz a competitividade da economia. Superar esses desafios exige planejamento de longo prazo. Investimentos equilibrados e políticas públicas consistentes são essenciais para a sustentabilidade da malha rodoviária brasileira. Esforços nunca são demais para que o país cumpra o caminho correto e conquiste uma rede rodoviária que deixe de ser sinônimo de perigo para a população e que atinja o potencial que o mercado necessita. A mobilidade eficiente exige ações do poder público e do cidadão pela garantia do respeito à vida e pelo desenvolvimento socioeconômico. Superar os problemas vai exigir planejamento de longo prazo. O Brasil não pode seguir sem políticas públicas consistentes e capazes de assegurar a eficiência e a sustentabilidade da sua malha rodoviária.

 

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postado em 15/12/2025 05:11
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