Craque o Flamengo faz em casa. Executivos de futebol, também. Há um recente ódio ao time mais popular do país devido aos resultados financeiros, esportivos e a uma certa soberba de dois dos últimos três presidentes — Rodolfo Landim e Luiz Eduardo Baptista, o Bap. Em contrapartida, o reconhecimento ao sucesso da revolução econômica, iniciada em 2013 na gestão de Eduardo Bandeira de Mello, é evidente nas movimentações do mercado.
Concorrentes cobiçam a expertise de dirigentes envolvidos no processo de reestruturação do Flamengo. Desejam os milagres, os santos, os títulos, mas não estão dispostos a pagar o boleto do sucesso em longo prazo. Há 12 anos, o então presidente Bandeira e seus pares iniciam um período de hibernação rubro-negra no mercado. A administração começou com a devolução de Vágner Love ao CSKA Moscou. Era impossível mantê-lo e pagá-lo.
O Flamengo conquistou a Copa do Brasil (2013) e o Carioca (2014), mas houve dificuldade nas duas temporadas. Risco de rebaixamento. A contratação de Paolo Guerrero na metade de 2015 marcou a mudança de patamar. O início da era rica.
Nos últimos 13 anos, o clube conquistou a Libertadores três vezes (2019, 2022 e 2025), o Brasileirão três vezes (2019, 2022 e 2025), a Copa do Brasil três vezes (2013, 2022 e 2024) e foi vice-campeão mundial duas vezes (2019 e 2025).
O mercado se abriu para quem fez parte do processo. Marcos Braz acaba de alavancar o Remo. O dirigente desembarcou em Belém há sete meses. Contratou Cantillo, Jorge, Marrony, os uruguaios Diego Hernández e Nico Ferreira, o grego Panagiotis e o africano João Pedro, de dois gols na virada do jogo do acesso contra o Goiás. A última participação do clube paraense na elite havia sido na edição de 1994.
Os títulos do Corinthians no Campeonato Paulista e na Copa do Brasil em 2024 têm influência de um dos fiéis escudeiros de Marcos Braz na gestão de Rodolfo Landim no Flamengo: Fabinho Soldado. Coadjuvante na cúpula rubro-negra, o diretor esportivo ganhou voz e protagonismo no Timão. Valorizado, deixou o cargo na última terça por iniciativa própria.
À procura de um substituto, o Corinthians flertou com Marcos Braz para tirá-lo do Remo e volta as atenções para quem? Bruno Spindel. O executivo formava um quarteto de dirigentes abaixo de Landim ao lado de Marcos Braz, Fabinho Soldado e do ex-zagueiro Juan, contratado pela CBF para a função de coordenador técnico da Seleção.
O mesmo Corinthians tentou levar Bandeira. Ao ouvir "não", mirou em Fred Luz, um dos fiéis escudeiros do ex-presidente no primeiro mandato de 2013 a 2015. Ele assumiu como CEO em 2024 e depois virou apenas consultor.
A atração por executivos do Flamengo inclui Cristiano Koehler, diretor executivo de Gestão e Finanças do Palmeiras. Marcelo Frazão passou pelo marketing do Santos. Não basta contratar os craques do mundo corporativo. É preciso pagar o preço do Flamengo. Qual clube está disposto?
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