''Vai ser até dezembro. Só não sei o valor'', diz Bolsonaro sobre auxílio

''O auxílio emergencial foi bem vindo, mas custa R$ 50 bi por mês. Infelizmente ele não pode ser definitivo mas vamos continuar com ele mesmo que seja com valores diferentes'', afirmou o presidente

Ingrid Soares
postado em 21/08/2020 14:01 / atualizado em 21/08/2020 14:19
 (crédito: Evaristo Sá/AFP)
(crédito: Evaristo Sá/AFP)

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a dizer na tarde desta sexta-feira (21/8) que prorrogará o pagamento do auxílio emergencial até dezembro. No entanto, o chefe do Executivo disse que ainda não sabe qual será o valor praticado, que deverá ficar entre R$ 250 e R$ 400.

“Quando estávamos perdendo tudo com a pandemia, nós começamos a reagir. O auxílio emergencial foi bem vindo mas ele custa R$ 50 bilhões por ano [mês]. Infelizmente ele não pode ser definitivo mas vamos continuar com ele mesmo que seja com valores diferentes até que a economia realmente possa pegar em nosso país porque a maior dignidade que nós podemos ter nesta terra é ter um emprego razoável. É isso que nós buscamos para todos vocês. É isso que nós queremos para o Brasil.”, destacou.

“Vai ser até dezembro. Só não sei o valor. São R$ 50 bilhões por mês, deixar bem claro aqui. Então enquanto for possível, nós o manteremos. Mas vocês comecem a ter consciência que ele não pode ser eterno”, concluiu.

A declaração ocorreu durante a visita em Ipanguaçu, no Rio Grande do Norte, onde acompanhou a perfuração de um poço artesiano e anunciou também a ampliação de crédito para a carcinicultura, para produtores de camarões na região.

No último dia 19, o presidente já havia afirmado que o auxílio emergencial seria prorrogado até o final do ano. O valor, no entanto, será menor do que os R$ 600 já pagos.

Na data, o chefe do Executivo justificou que o atual valor do auxílio custa aos cofres públicos mais de R$ 50 bilhões mensais. Em referência ao ministro Paulo Guedes, o presidente apontou que “alguém na equipe econômica” sugeriu R$ 200, quantia que Bolsonaro considera pouco, apesar de ter elencado o mesmo valor quando a medida foi aventada. Bolsonaro completou dizendo que é possível chegar a um “meio termo”.

“Então R$ 600 é muito, o Paulo Guedes, alguém da economia falou em R$ 200, eu acho que é pouco. Mas dá pra chegar em um meio termo e nós buscarmos que seja prorrogado por mais alguns meses, talvez até o final do ano de modo que consigamos sair dessa situação e fazendo com que os empregos e formais e informais voltem à normalidade e nós possamos então continuar naquele ritmo ascendente que terminamos e começamos o início desse ano, que a economia realmente estava apontando para os melhores do mundo para o Brasil depois de algumas décadas de patinação”, declarou.

Nas últimas semanas, Bolsonaro tem criticado a prorrogação do pagamento do auxílio. Ao mesmo tempo, o programa é o que mais eleva sua popularidade. No último dia 13, o presidente alfinetou os governadores e parlamentares que defendem a prorrogação do auxílio emergencial. De acordo com Bolsonaro, aqueles que defendem a ideia do pagamento indefinido do auxílio fazem “demagogia”.

O tempo de duração previsto para o benefício era de três meses, que acabaram sendo prorrogados por mais dois. A proposta inicial de valores sugerida por Bolsonaro era de R$ 200, quantia que chegou a R$ 500 no Congresso e acrescida de mais R$ 100 pelo governo.

De olho na reeleição e surfando na alta na popularidade em pesquisas justificada pelo auxílio emergencial, Bolsonaro intensificou sua agenda de viagens pelo país. Com a visita ao Rio Grande do Norte, é a terceira vez que o mandatário visita a região nordeste em 20 dias.

Ainda nesta sexta-feira, em um vídeo postado pelo chefe do Executivo nas redes sociais, em meio a aglomeração e sem máscara, Bolsonaro acena e cumprimenta com apertos de mãos apoiadores que o receberam ao som de "mito" na chegada do aeroporto. O plano do presidente é se aproximar da população e entregar obras pelo país. O mandatário visa também conquistar o eleitorado petista que o rejeitou nas últimas eleições.


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