Discurso

Bolsonaro diz que Toffoli o atendeu com decisões monocráticas quando procurado

Bolsonaro ressaltou ainda que a harmonia e o diálogo entre os poderes é de suma importância para o país

Ingrid Soares
Renato Souza
postado em 09/09/2020 18:31 / atualizado em 09/09/2020 19:05

Durante discurso na última solenidade presidida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli nesta quarta-feira (9/9), o presidente Jair Bolsonaro agradeceu o trabalho do ministro na Corte. Segundo o chefe do Executivo, Toffoli o atendeu com decisões monocráticas quando procurado pelo governo. Bolsonaro ressaltou ainda que a harmonia e o diálogo entre os poderes é de suma importância para o país.

“Dizer que a harmonia, o diálogo o entendimento em momentos difíceis apesar de ser bem mais novo do que eu, isso foi muito importante para o destino do nosso Brasil. Dizer-lhe que em muitos momento, quando o chefe do Executivo procurou o STF, por muitas vezes em decisões monocráticas, vossa excelência muito bem nos atendeu, em outros momentos até, nos surpreendeu com a capacidade de se antecipar ao problema e já apresentar solução antes mesmo que o procurássemos”, destacou.

Ao ser convidado por Toffoli para ficar ao seu lado na mesa, Bolsonaro se disse emocionado. Ele destacou que até o final de seu mandato, em 2022, poderá indicar dois ministros para a Côrte. No dia 1º de novembro, o decano Celso de Mello se aposentará compulsoriamente aos 75 anos. Já em julho do ano que vem, é a vez do ministro Marco Aurélio Mello, que também alcançará a idade limite para o serviço público. Bolsonaro contou que espera indicar alguém que “contribua” para o STF.

“Obrigado pela oportunidade. Quero confessar que estou emocionado em ocupar lugar de destaque à direita do presidente do STF. Nesse recinto que é um verdadeiro santuário para a Justiça brasileira. Até mesmo a bíblia nos diz como é difícil a missão de julgar. Que Deus ilumine cada um dos senhores e das senhoras. Cheguei aqui pelo voto e os senhores chegaram por indicação do presidente. Peço a Deus quando da oportunidade de indicar alguém que possa cooperar com essa Casa, com suas responsabilidades porque aqui em muitas vezes e não só no Executivo, está em jogo a felicidade de um povo e o destino de uma nação”.

Bolsonaro disse ainda que o futuro da nação está nas mãos dos atuais governantes.”Estou muito feliz de estar aqui, peço a Deus que ilumine a todos nós. O futuro dessa grande nação está nas nossas mãos. Eu, presidente, 23 ministros meus, 11 aqui e parte do parlamento. Nós, privilegiados, então temos o poder de decidir o futuro da nação. Passamos momentos difíceis não só quando assumimos, não querendo culpar quem antecedeu, mas também outros problemas no tocante à pandemia que tudo indica estamos superando esse momento”, declarou.

Segundo o mandatário, o Brasil recomeça a “apontar para cima”.

“O Brasil começa a apontar novamente para cima e isso refletir-se-á em dias melhores e em esperança para todos. Assim sendo, continue na sua jornada, serás feliz na turma que comporá daqui pra frente”.

Se referindo ao ministro Luiz Fux, que agora presidirá a Casa, Bolsonaro desejou sucesso e se disse à disposição.

“Prezado ministro Fux, o qual tive a honra de receber convite, torcendo que vossa Excelência conduza essa Casa da mesma forma que seus antecessores, tenho certeza disso. E pode contar com apoio do governo federal. Se precisar de nós estamos a disposição, assim como vossa disse o que precisar terei com vossa excelência. Muito obrigado”, concluiu.

Visita surpresa

Bolsonaro deixou o Palácio do Planalto no final da tarde desta quarta-feira (9/9) para visitar de surpresa Dias Toffoli.O ministro deixará o comando da Corte nesta quinta-feira (10/9), após dois anos de mandato.

Ainda hoje, Toffoli recebeu a medalha Grã-Cruz da Ordem do Mérito do Congresso Nacional, a mais alta honraria concedida pelo Parlamento brasileiro, que foi entregue durante sessão da Câmara dos Deputados.

Ao chegar ao plenário, Bolsonaro ouviu indiretas de ministros. Alexandre de Moraes interrompeu brevemente sua fala para informar que o chefe do Executivo estava na plateia. O magistrado fazia o discurso de despedida de Toffoli. Ele destacou que a Corte e seus integrantes foram ameaçados, mas disse que Toffoli soube agir rapidamente para debelar qualquer investida.

"Sabemos quanto o STF foi ameaçado, quanto os ministros foram ameaçados, quanto familiares de ministros foram ameaçados. Mas nós tínhamos o instrumento na mão, e esse instrumento que permitiu, dentro das regras da Constituição Federal, do Estado de direito e da democracia, a reação rápida, instrumento só possível graças à coragem de vossa excelência. Não existe Estado democrático sem poder Judiciário independente e não existe Poder Judiciário independente se os seus juízes não tiverem a garantia física de moral de poderem atuar segundo a Constituição, a legislação e a sua consciência", disse Moraes.

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