COVID-19

"Quem decide é o presidente", diz Mourão sobre compra de vacinas

Na semana passada, vice-presidente contrariou Bolsonaro ao afirmar que o governo compraria a CoronaVac, imunizante em desenvolvimento pelo Instituto Butantan e uma empresa da China

Augusto Fernandes
postado em 03/11/2020 14:16 / atualizado em 03/11/2020 14:39
 (crédito: Ed Alves/CB)
(crédito: Ed Alves/CB)

Dias depois de afirmar que o governo federal vai comprar doses da CoronaVac, vacina contra o novo coronavírus em desenvolvimento pelo Instituto Butantan e a empresa chinesa Sinovac, o vice-presidente Hamilton Mourão mudou o discurso e disse que a palavra final caberá ao presidente Jair Bolsonaro.

Nesta terça-feira (3/11), ao conversar com jornalistas no Palácio do Planalto, Mourão disse que não houve briga entre ele e Bolsonaro por conta do tema. "Aqui não há briga. Existem opiniões, que ora coincidem, ora não. Mas quem decide é o presidente e ele foi eleito para isso", analisou.

Na última sexta-feira (30/10), o general garantiu, em entrevista à revista Veja, que o governo federal não fugiria da responsabilidade de adquirir as futuras vacinas contra a covid-19 e que disponibilizaria recursos ao Instituto Butantan para a compra de doses da CoronaVac. No mesmo dia, Bolsonaro rebateu Mourão e frisou que a decisão seria dele.

O presidente tem se colocado contra a CoronaVac principalmente por conta da participação do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), no processo de testagem do imunizante no país.

"O que eu quis colocar (na entrevista) é o seguinte: a vacina é a vacina brasileira, produzida aqui no Brasil. Óbvio que o presidente vai tomar a decisão que for melhor para o conjunto da população brasileira, que é a responsabilidade dele. Vamos aguardar, essa vacina não é uma coisa tão simples", comentou Mourão, nesta terça.

Butantan não foi informado de cancelamento

Há duas semanas, o Ministério da Saúde anunciou um acordo com o Instituto Butantan que firmou a intenção de em adquirir 46 milhões de doses da CoronaVac, desde que a vacina receba o certificado da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Irritado, Bolsonaro anunciou o cancelamento do acordo e disse que o governo não iria investir em nenhuma vacina que viesse da China. Apesar disso, o Butantan alega que ainda não recebeu nenhuma documentação oficial sobre a suspensão do protocolo.

"O Instituto Butantan permanece na expectativa do Ministério da Saúde adquirir as doses da vacina Coronavac. Até o momento, o Butantan não recebeu nenhuma comunicação formal por parte do Ministério da Saúde sobre o protocolo de intenções assinado durante reunião com governadores de 24 Estados brasileiros realizada em 20 de outubro", informou o instituto, em nota, na última sexta-feira.

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