ELEIÇÃO NOS EUA

Bolsonaro muda o tom: "Trump não é a pessoa mais importante do mundo; é Deus"

Presidente adota uma postura mais resignada diante da provável derrota do candidato republicano na eleição dos Estados Unidos

Augusto Fernandes
postado em 06/11/2020 12:23 / atualizado em 06/11/2020 13:58
 (crédito: Isac Nóbrega/PR)
(crédito: Isac Nóbrega/PR)

Apesar da torcida por Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro demonstrou nesta sexta-feira (6/11) já estar conformado com a provável vitória de Joe Biden na corrida pela Casa Branca.

Durante cerimônia nesta manhã em Santa Catarina que marcou a formatura de 600 novos agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o brasileiro destacou que “Trump não é a pessoa mais importante do mundo”.

Ao discursar para os formandos da corporação, Bolsonaro comentou que “o momento do Brasil ainda é difícil” e que acompanha a política internacional porque “temos nossas preferências, e o que acontece lá fora interessa para cada um de nós aqui dentro”.

“Assim sendo, em certos momentos, somente uma coisa nos encoraja e nos fortalece: é Deus sempre acima de tudo. Eu não sou a pessoa mais importante do Brasil, assim como Trump não é a pessoa mais importante do mundo, como ele bem mesmo disse. A pessoa mais importante é Deus. A humildade tem que se fazer presente entre nós”, disse o chefe do Executivo.

Bolsonaro sempre declarou preferência por Trump e contava com a reeleição do atual presidente dos Estados Unidos. Desde que assumiu o seu mandato no ano passado, o brasileiro adotou uma postura mais alinhada ao republicano, motivado principalmente por posicionamentos ideológicos, e esperava que ele derrotasse Biden na eleição norte-americana para seguir aprimorando o relacionamento com Trump.

Além disso, Bolsonaro tem se colocado contra o candidato do partido Democrata porque Biden já fez duras críticas à forma como o governo brasileiro tem combatido os incêndios florestais. Desde o início da sua campanha pela Casa Branca, Biden tem prometido mobilizar outros países a cobrar do Brasil uma resposta mais eficaz ao desmatamento da Amazônia, do Pantanal e de outros biomas, caso seja eleito.

No momento, o democrata está à frente de Trump na apuração dos votos e está próximo de atingir os 270 delegados necessários para garantir a vitória nas urnas. Nesta manhã, Biden aumentou as chances de ser eleito ao virar a disputa nos estados da Pensilvânia e da Geórgia, que até a quinta-feira (5/11) eram dominados por Trump.

Por mais que Bolsonaro tenha dito que atual presidente norte-americano teve a “humildade” de reconhecer que não é a pessoa mais importante do mundo, o republicano não vai aceitar a derrota na eleição tão facilmente. Trump tem alegado, sem apresentar provas, fraude na apuração em alguns estados do país e já prometeu que vai pedir na Justiça a recontagem dos votos nesses locais.

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