Rachadinhas

Lewandowski envia à PGR notícia-crime contra Bolsonaro

Ação apresentada por deputada do PT alega que governo teria se mobilizado a pedido da defesa do senador. Advogados tiveram reuniões com o GSI e com a Abin por causa de suposto envolvimento de funcionários da Receita Federal

Renato Souza
postado em 11/11/2020 17:10 / atualizado em 11/11/2020 17:10
Procedimento do ministro é padrão. Se acatado pela PGR, pode se tornar processo contra Flavio Bolsonaro -  (crédito: FellipeSampaio/SCO/STF - 13/8/14)
Procedimento do ministro é padrão. Se acatado pela PGR, pode se tornar processo contra Flavio Bolsonaro - (crédito: FellipeSampaio/SCO/STF - 13/8/14)

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou à Procuradoria Geral da República (PGR) uma notícia crime contra o presidente Jair Bolsonaro por suposto envolvimento do governo na defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), acusado de chefiar um esquema de rachadinha no Rio de Janeiro. O procedimento, que é padrão, pode resultar em responsabilização penal.

A ação apresentada no Supremo contra Bolsonaro foi protocolada pela deputada Natália Bonavides (PT-RN). A parlamentar alega que os advogados de Flávio se reuniram com o presidente, com o ministro Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e com Alexandre Ramagem, diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O encontro foi revelado pela revista Época.

De acordo com a publicação, os defensores do senador apresentaram uma acusação contra integrantes da Receita Federal no Rio, que, se confirmada, poderia anular as investigações contra ele. No entanto, nada teria sido encontrado após mobilização do setor de inteligência do governo. O GSI confirmou ter recebido os advogados de Flávio, mas disse que o pedido não foi levado adiante.

A PGR vai avaliar se existem elementos suficientes na notícia-crime que justifiquem a abertura de investigação formal por tráfico de influência e advocacia administrativa. O senador é acusado de ficar com parte do salário de funcionários, no chamado esquema das rachadinhas, quando era deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O administrador do caixa do gabinete seria Fabrício Queiroz, amigo de longa data da família Bolsonaro, hoje em prisão domiciliar.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação