ELEIÇÃO

Disputa no Recife provoca racha nos partidos de esquerda

O pré-candidato à presidência Ciro Gomes (PDT), de olho numa possível dobradinha com o PSB em 2022, esteve no Recife, nesta semana, para pedir votos para João Campos

Jorge Vasconcellos
postado em 26/11/2020 06:00
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press e Camara de Veradores/divulgação)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press e Camara de Veradores/divulgação)

A disputa pela Prefeitura do Recife provocou um racha entre os partidos de esquerda, com acusações de práticas espúrias de ambos os lados. Às vésperas do segundo turno, dissidências de PDT e PCdoB, legendas que apoiam João Campos (PSB), reforçaram a campanha de Marília Arraes (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto. Em reação, o candidato do PSB investe no antipetismo, vinculando a sigla da adversária, que é sua prima, à corrupção, para conquistar eleitores de direita e de centro-direita.

Nesta semana, João Campos sofreu uma derrota na Justiça Eleitoral. A campanha teve de tirar de circulação uma peça que acusava Marília Arraes de ser contra o programa ProUni municipal e contra a Bíblia. Nas redes sociais, o candidato negou ter aderido ao “baixo nível”.

Outro ator importante nesse racha da esquerda pernambucana é o deputado federal Túlio Gadêlha (PDT-PE). Impedido pela direção nacional do partido de disputar a prefeitura, ele vem sendo apontado por correligionários como traidor, depois de ter manifestado apoio à campanha petista. O pré-candidato à presidência Ciro Gomes (PDT), de olho numa possível dobradinha com o PSB em 2022, esteve no Recife, nesta semana, para pedir votos para João Campos e gravar mensagens destinadas à propaganda eleitoral na tevê.

Em palanque do candidato do PSB no domingo, o presidente do PDT, Carlos Lupi, não citou Gadêlha, mas mandou um recado direto: “Quem do PDT não estiver na chapa não tem o que fazer no PDT. No nosso PDT não tem espaço para traíra. O nosso compromisso é de honra, não é de vaidade”. O clima pesou ainda mais depois que Gadêlha afirmou, nas redes sociais, que seu chefe de gabinete foi procurado pela coordenação do PSB, interessada em “negociar o meu silêncio” no segundo turno.

Outro dissidente é o ex-prefeito do Recife João Paulo, do PCdoB, que contrariou o partido e manifestou apoio a Marília Arraes. “Considero deploráveis os ataques ao PT, partido do qual participei desde sua fundação e que ajudei a construir por muitos anos. Sinto-me na obrigação de repudiar esse tipo de atitude política, que não constrói, não fortalece a disputa democrática em nosso estado e enfraquece as forças do campo progressista”, destacou João Paulo, no último domingo.

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