CB.Poder

"Economia da Defesa é essencial para integridade territorial e renda"

Secretário do Ministério da Defesa, Marcos Degaut explicou como o setor ajudou no combate à pandemia e comentou as expectativas para o próximo ano

Edis Henrique Peres*
postado em 16/12/2020 17:31 / atualizado em 16/12/2020 17:34
 (crédito: Correio Braziliense)
(crédito: Correio Braziliense)

Secretário de Produtos de Defesa (Seprod) do Ministério da Defesa, Marcos Degaut explicou como a Base Industrial de Defesa (BID) colaborou no combate à pandemia do novo coronavírus. “Foi feito o processo de reconversão produtiva, as empresas que produziam, por exemplo, artefatos de artilharia, passaram a produzir equipamentos de proteção individual (EPIs), como os protetores faciais, e, também, atuaram na manutenção de respiradores”, disse.

Degaut participou nesta quarta-feira (16/12) de entrevista ao CB.Poder — uma parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília. E explicou, no programa, como funciona a chamada economia da defesa. “A economia da defesa diz respeito à intervenção da Base Industrial de Defesa no domínio econômico, não apenas para prover ao Ministério da Defesa ou às Forças Armadas recursos para garantir a nossa integridade territorial, mas também para gerar emprego, renda, exportações e atrair investimento”, declarou.

Geração de empregos

Segundo o secretário, a BID gera aproximadamente 1,2 milhão de empregos diretos e indiretos. Além disso, no ano de 2019, a contribuição do setor foi de US$ 3,6 bilhões em exportação. “Cumprimos a missão institucional e constitucional das Forças Armadas, mas também geramos emprego”, ressaltou.

A economia da defesa também tem o chamado efeito multiplicador. “O Ministério da Defesa possui características próprias, e uma delas é seu efeito multiplicador que é de 9,8. Isso significa que para cada real ou dólar investido na economia, temos R$ 9,8 de retorno dos investidores para a sociedade, porque trabalhamos com bens de altíssimo valor agregado e isso se transforma em benefícios para a sociedade, que consegue produtos mais avançados tecnologicamente”.

Como exemplo de bens que a sociedade civil usufrui, o secretário cita o GPS, a internet, aparelho de ressonância, diversificação da indústria têxtil, itens de alimentação e sistemas de controle de tráfego aéreo. “Esse aspecto é algo importante da indústria militar. Inicialmente é desenvolvido algo de uso militar, mas, depois, esse projeto se desdobra para a vida civil. As balinhas M&M e as barrinhas de cereais são um exemplo disso. E vale ressaltar também que o Brasil tem hoje um sistema de controle de tráfego aéreo que é referência no mundo e que apenas cinco países, contando conosco, possuem”.

Logística durante a pandemia

Degaut relembrou o plano elaborado pelo Ministério de Defesa que durante os meses iniciais de pandemia montou uma plataforma para mobilizar as empresas nacionais a oferecerem produtos para atender a demandas do país e, assim, o Brasil não ficar refém das importações.

“Basta o empresário acessar o Ministério da Defesa e cadastrar sua empresa, qual produto tem para oferecer, qual a quantidade e a sua variação de valor. Com base nisso, os órgãos compradores podem fazer uma pesquisa com preço variando entre A e Z, e ali eles conseguem fazer toda a filtragem para obter exatamente o que eles precisam. Temos mais de 600 empresas cadastradas com mais de mil produtos ofertados”, contou.

Todos os produtos cadastrados podem ser utilizados no combate à pandemia. Mas além da aprendizagem de 2020, o secretário do Seprod disse estar otimista para 2021 e 2022. “Já temos projetos em andamento, com US$ 4,5 bilhões em acordos; e a expectativa de conseguirmos mais de US$ 3 bilhões adicionais. E claro, ainda há o efeito multiplicador que o setor traz”, finalizou.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação