GOVERNO

Novo ministro do Turismo, Gilson Machado toma posse e critica lockdown

Segundo ele, o setor de turismo tem mais medo dos decretos que estabelecem restrições às cidades do que da covid-19

Augusto Fernandes
postado em 17/12/2020 14:21 / atualizado em 17/12/2020 14:22
 (crédito: Isac Nobrega/PR)
(crédito: Isac Nobrega/PR)

O novo ministro do Turismo, Gilson Machado, tomou posse na manhã desta quinta-feira (17/12). Na cerimônia, que aconteceu no Palácio do Planalto, e contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro, ele fez críticas às medidas de fechamento do comércio e de áreas de lazer nas cidades brasileiras por conta da pandemia da covid-19, e alertou que o setor de turismo pode não resistir a um novo lockdown.

"Nosso país foi exemplo na América Latina em manutenção de empregos. Dos países turísticos, o nosso país foi o que menos desemprego teve, em torno de 25%. O nosso trade (setor) não aguenta mais. O empresário turístico, que gera emprego e renda, hoje tem mais medo de um decreto do que da própria doença", afirmou Machado.

Ele citou o caso de Búzios (RJ), que nesta quinta foi alvo de uma decisão da Justiça do Rio de Janeiro para que retorne ao estágio de bandeira vermelha/risco 3 de combate à pandemia do novo coronavírus. Dessa forma, todos os turistas hospedados no município terão de sair da cidade em até 72 horas.

“Quero aproveitar o momento para fazer um apelo, temos o exemplo de Búzios, hoje, que foi fechada sem aviso, se não me engano por uma decisão monocrática (de um juiz) de primeira instância, não foi do prefeito nem do governador. O trade não aguenta uma decretação de um segundo lockdown”, ponderou Machado.

O novo ministro fez algumas promessas, e disse que vai investir no aprimoramento do turismo de inclusão, para facilitar as viagens de pessoas com algum tipo de deficiência. Além disso, Machado garantiu que o governo deve anunciar, em breve, uma medida para desoneração do leasing de aeronaves, que na prática vai reduzir os encargos cobrados no aluguel de aviões. 

Substituição

Ex-presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Machado assume o Ministério do Turismo no lugar de Marcelo Álvaro Antônio, que foi exonerado na semana passada depois de se desentender com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Antônio alegou que Ramos estava convencendo Bolsonaro a oferecer o Ministério do Turismo a algum partido do Centrão e até chamou o general de “traíra”.

Agora, Antônio retomará o mandato de deputado federal. De Minas Gerais, ele é filiado ao PL. O parlamentar compareceu à cerimônia de posse de Machado e discursou na solenidade, mas não fez menção à polêmica com Ramos. O ex-ministro disse que vai manter “o compromisso em continuar ajudando o nosso governo e o nosso Brasil na Câmara”.

Durante a sua fala, o parlamentar também ressaltou o bom desempenho do Ministério do Turismo em 2019 e em 2020 e afirmou que “as realizações são incomparáveis com todos os outros governos passados”.

“Alcançamos números expressivos. Em 2019, a economia do Turismo cresceu 2,6%, geramos 163% a mais de empregos em relação a 2018. Vários recordes quebrados. E no ano da pandemia, nós não poderíamos deixar de trabalhar pelas empresas e pelos empregos, e o Ministério do Turismo, no ano de 2020, bateu recorde em investimentos em infraestrutura. Foram investidos R$ 1 bilhão por todo o Brasil”, destacou.

 

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