Congresso Nacional

Governo instrui deputados da base a não marcarem presença na Câmara

Intenção é evitar que seja formado quórum para a votação de projetos que desagradam o governo, além de enviar recado a Rodrigo Maia

Renato Souza
postado em 21/12/2020 11:59
 (crédito: Michel Jesus/ Câmara dos Deputados)
(crédito: Michel Jesus/ Câmara dos Deputados)

O Palácio do Planalto pediu para que parlamentares da base do governo deixem de marcar presença na sessão desta segunda-feira (21/12), no plenário da Câmara dos Deputados. A intenção, de acordo com fontes ouvidas pelo Correio no Congresso, é de que não seja formado quórum para votações com as quais o governo não concorda. Além disso, seria uma forma de dar um recado ao atual presidente da casa, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Esta pode ser a penúltima sessão do ano, pois na agenda está prevista apenas mais uma, nesta terça-feira (22/12). Apesar disso, Maia defende que o Congresso não pare em razão da pandemia de coronavírus, que está se intensificando no Brasil, com a chegada de uma segunda onda.

Maia defende propostas que não encontram respaldo na agenda econômica do Executivo, como o pagamento do 13º do Bolsa Família. Existe, ainda, a chance de os parlamentares aprovarem a extensão do auxílio emergencial para 2021. Isso porque 36% dos beneficiários têm o programa como única fonte de renda, em um momento em que a inflação sobe, puxada pelo preço dos alimentos, e o funcionamento do comércio começa a ser novamente restringido no país.

Um dos projetos na pauta desta segunda-feira prevê o repasse de R$ 2 bilhões aos estados e municípios para a compra de vacinas contra a covid-19. O dinheiro poderia ser utilizado na compra de seringas, agulhas e do conteúdo das vacinas. Se aprovada, a proposta poderia retirar o protagonismo do governo federal na imunização.

Muitos governadores e prefeitos criticam a demora do governo em apresentar um plano concreto para vacinação, além de fixar uma data para que as primeiras doses comecem a ser aplicadas. O presidente Jair Bolsonaro critica a "pressa" da população, de especialistas e políticos a iniciarem a aplicação do medicamento.

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