ELEIÇÕES NO SENADO

Lasier Martins desiste de candidatura e diz que "não houve democracia" com Alcolumbre

Parlamentar declarou apoio a Simone Tebet (MDB-MS). Ele reclamou que Alcolumbre engavetou projetos e fez o que quis à frente da Casa

Augusto Fernandes
postado em 01/02/2021 17:22
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

O senado Lasier Martins (Podemos-RS) renunciou da sua candidatura à presidência do Senado e criticou a gestão do atual chefe da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Ao discursar nesta segunda-feira (1°/2) na reunião preparatória que antecede a votação, ele reclamou que Alcolumbre "decidiu tudo sozinho" no Senado nos últimos dois anos e que "não houve democracia" na Casa durante esse tempo.

"A valorização do colegiado não existe, não houve democracia. Aqui manda o presidente, e obedecem os demais", ponderou Lasier, que também acusou Alcolumbre de ter engavetado uma série de pautas desde que assumiu a presidência do Senado.

"A defesa da Lava-Jato, que foi abafada por conveniências, dizendo-se que tem relação com as punições, a defesa da ética, o exame da criminologia. Incontáveis projetos de lei foram impedidos pelas gavetas do atual presidente, que devem ser as gavetas mais superlotadas de qualquer repartição pública de Brasília", reclamou.

"Tenho aqui o meu projeto de resolução há quatro anos, e o senhor presidente atual o engavetou, como engavetou também a prisão em segunda instância, que é um projeto de minha autoria. O presidente do Senado, apesar das 43 assinaturas que nós possuímos, não vai colocar em discussão aqui, no plenário, a prisão em segunda instância, que é uma exigência do Brasil, é um clamor nacional", continuou.

Lasier condenou que a eleição para a presidência da Casa tenha sido marcada pela influência do Executivo federal, que negociou cargos com parlamentares e distribuiu verbas extras para que os congressistas utilizassem em obras nos seus estados.

"Vamos aguardar as correspondências aos apoios que têm preço. Os apoios, porque a voracidade desses que estão recebendo cargos é uma voracidade ilimitada, e o Brasil tende a continuar a mesma coisa, e, no ano que vem, estaremos aqui para dizer que o Brasil está hoje no centésimo lugar como o país da corrupção, porque o Senado não toma providências, o Senado é omisso", disparou.

O parlamentar do Podemos desistiu de concorrer ao posto para apoiar a senadora Simone Tebet (MDB-MS). Ele disse esperar que, pela primeira vez na história, o Senado tenha como presidente uma mulher.

 

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