Polarização

Bolsonaro: 'Se Haddad fosse presidente, o Brasil estaria todo em lockdown'

O presidente rebateu as duras críticas feitas por Lula em seu discurso nesta quarta-feira (10). O petista afirmou que há um desgoverno e que muitas mortes por covid-19 poderiam ter sido evitadas

Israel Medeiros
postado em 10/03/2021 20:02
 (crédito: AFP / EVARISTO SA)
(crédito: AFP / EVARISTO SA)

A manifestação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre as declarações do ex-presidente Lula nesta quarta-feira (10) veio rapidamente. Em entrevista à imprensa no fim da tarde, ele respondeu às duras críticas feitas pelo petista e afirmou que a situação do país estaria "terrível" caso Fernando Haddad (PT), seu concorrente em 2018, fosse o presidente.

Mais cedo, Lula afirmou que há um desgoverno na saúde e na economia. Criticou categoricamente vários posicionamentos do governo federal e afirmou que Bolsonaro não sabe ser presidente. Sobre a pandemia, disparou ao dizer que várias mortes poderiam ter sido evitadas e grande parte da população poderia estar vacinada caso o líder do Executivo tivesse feito aquilo que considera "elementar".

Bolsonaro, por sua vez, argumentou que as afirmações não têm cabimento. Ele voltou a falar sobre os atos do governo federal durante a pandemia e adotou um tom mais ameno, referindo-se aos lockdowns no ano passado — aos quais ele foi contra — como ações do governo para que hospitais tivessem tempo para se equipar.

Essa afirmação também foi feita pouco antes, em um evento em que sancionou a lei para a compra de mais vacinas e ao sair do Palácio do Planalto, pela manhã. "A política de lockdown que começou no ano passado não era para salvar vidas. Era para dar tempo de os hospitais se equiparem", disse.

Sobre as críticas de um "desgoverno", feitas por Lula, Bolsonaro disse: "O governo federal fez sua parte até demais. Então não justifica essa crítica do ex-presidente Lula, que agora inicia uma campanha. E como não tem nada para mostrar de bom — e essa é uma regra do PT —, a campanha deles é baseada em criticar, mentir e desinformar", ironizou.

O presidente também atacou Lula, ao citar a delação premiada de Antonio Palocci, chefe da Casa Civil e e ministro da Fazenda no governos do petista. "Eu queria que ele apontasse algum ponto de corrupção no ministério da Economia, coisa que era muito comum no governo dele. Tanto é que trocou vários ministros. Um dos ministros, o Palocci, inclusive falou que levava dinheiro em caixa de sapato para ele em volumes que variavam em média a 50 mil. E o até mesmo o que foi devolvido por delatores, mais de 2 bilhões, comprova que era um governo voltado para corrupção", disse.

Crítica a governadores

Bolsonaro também voltou a criticar governadores pelo fechamento de comércios para tentar frear o avanço da covid-19 no pior momento da pandemia. Ele afirmou que, caso Fernando Haddad fosse presidente, o Brasil estaria em lockdown total — medida apontada por especialistas como a mais eficiente contra o contágio.

"Que governo foi esse? Esse foi um governo cuja marca principal foi o desmando e corrupção, voltado para o populismo. Diferente do nosso governo. Enfrentamos uma pandemia, no final de 2019, o Brasil estava pronto para voar em 2020."

"A política adotada no Brasil, lamentavelmente, por parte da maioria dos governadores, é a política do lockdown, obrigando o cidadão a ficar em casa e perder o emprego. Eu estou muito preocupado porque essa política continua e tem uma adesão total por parte de governadores ligados ao Lula, ao PT. Isso leva o cidadão à miserabilidade [...] imagine se o candidato dele fosse eleito presidente em 2018. O lockdown estaria colocado em todo o Brasil. Seria o caos", completou Bolsonaro.

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