CPI DA COVID

Bolsonaro sobre CPI: "Interferência para atingir o chefe do Executivo"

Mais cedo, abrindo mais uma crise com o Supremo, o presidente foi além e classificou a decisão da CPI de "politicalha" e "militância política". Em nota, Supremo esclareceu que contestações devem ocorrer por meios jurídicos

Ingrid Soares
postado em 09/04/2021 22:12
 (crédito: Marcos Correa/PR)
(crédito: Marcos Correa/PR)

O presidente Jair Bolsonaro repetiu críticas na noite desta sexta-feira (09/04) ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, que determinou, no dia anterior a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar eventuais omissões do governo federal durante a pandemia de covid-19. O mandatário reclamou a apoiadores que o aguardavam na entrada no Palácio da Alvorada sobre uma suposta interferência da Corte para atingi-lo.

Referindo-se a governadores e prefeitos, ele disparou ainda que concedeu verbas, mas que "muitos sumiram com o dinheiro e eu sou investigado".

"Pessoal, peguei um Brasil com muitos problemas, estamos resolvendo. Pintou essa pandemia. O STF deu poder para governadores e prefeitos conduzirem essa política. Você viu, né? O Barroso deu uma liminar para que seja instalada uma CPI do covid para investigar eu (sic). Eu dei dinheiro para os caras, muitos sumiram com o dinheiro e eu sou investigado. Não tem cabimento realmente uma interferência dessa no Legislativo para atingir o chefe do Executivo".

O chefe do Executivo voltou a citar pedido de impeachment a membros do STF. "Agora, os processos que tem lá de pedido de impeachment a colegas do Supremo ele fica quieto".

Mais cedo, abrindo mais uma crise com o Supremo, ele foi além e classificou a decisão da CPI de "politicalha" e "militância política".

"Barroso, nós conhecemos seu passado, sua vida, o que você sempre defendeu, como chegou ao STF, inclusive defendendo o terrorista Cesare Battisti. Então, use a sua caneta em defesa da vida e do povo brasileiro, e não para fazer politicalha dentro do Senado. Se tiver um pingo de moral, ministro Barroso, mande abrir processo de impeachment contra alguns dos seus companheiros do STF", completou.

Em resposta, o Supremo destacou que as decisões dos magistrados têm base na Constituição e que caso o presidente queira questionar a decisão, deve fazê-lo por meios jurídicos. "O Supremo Tribunal Federal reitera que os ministros que compõem a Corte tomam decisões conforme a Constituição e as leis e que, dentro do estado democrático de direito, questionamentos a elas devem ser feitos nas vias recursais próprias, contribuindo para que o espírito republicano prevaleça em nosso país", informou.

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