CONVERSA VAZADA

Bolsonaro critica áudio gravado por senador: "A que ponto chegamos no Brasil"

Jorge Kajuru (Cidadania-GO) divulgou áudio no qual o presidente cobra que CPI sobre as ações durante a pandemia investigue governadores, além de solicitar que seja peticionado no Supremo pedidos impeachment contra ministros da Corte

Sarah Teófilo
postado em 12/04/2021 10:37 / atualizado em 12/04/2021 13:38
 (crédito: MARCOS CORREA/AFP PHOTO)
(crédito: MARCOS CORREA/AFP PHOTO)

O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta segunda-feira (12/4) o áudio gravado e divulgado pelo senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) de uma conversa entre os dois. A apoiadores, o presidente afirmou que há mais informações debatidas entre os dois que não foram divulgadas, e que o senador pode publicar tudo.

No último domingo (11), Kajuru divulgou em suas redes sociais um áudio no qual o presidente pressiona o senador a investigar governadores na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre ações realizadas no âmbito do combate à pandemia da covid-19, cuja abertura foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso. Ainda no áudio, ele afirmou que “tem que peticionar o Supremo para colocar em pauta o impeachment (de ministros do STF) também”.

“O dia que eu fui gravado numa conversa telefônica, tá certo? Olha que ponto que chegamos no Brasil”, disse o presidente a apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada nesta segunda. Em seguida, quando um apoiador afirmou que a ação foi uma “sacanagem”, Bolsonaro afirmou: “Não é vazar, é te gravar. A gravação só com autorização judicial. Agora, gravar o presidente e divulgar? E outra: só para controle, falei mais coisas naquela conversa lá. Pode divulgar tudo da minha parte, tá?”

A CPI ainda não foi aberta. A determinação de Barroso é que o governo federal seja investigado por eventuais omissões no combate à covid-19, atendendo a um pedido dos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Kajuru. Foram coletadas 32 assinaturas para instalação da comissão, e são necessárias 27.

Na semana passada, Bolsonaro criticou o ministro pela decisão e disse que os governadores deveriam ser investigados. 

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