LIVE SEMANAL

Para Bolsonaro, ministro de Lula não saberá diferença entre gravidade e gravidez

Presidente evita falar o nome do adversário, mas faz questão de afirmar que seus ministros são melhores do que os anteriores e serão melhores do que os da esquerda em um novo governo

Rosana Hessel
postado em 29/04/2021 23:16 / atualizado em 29/04/2021 23:18
 (crédito: Reprodução/Facebook)
(crédito: Reprodução/Facebook)

O presidente Jair Bolsonaro não economizou críticas aos adversários da esquerda, principalmente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a live semanal, desta quinta-feira (29/4), apesar de não falar o nome do petista. 

Durante a apresentação aos apoiadores, Bolsonaro fez questão de afirmar que os ministros e outros indicados por ele para órgãos públicos são melhores do que os de "governos anteriores", e, serão melhores do que "aquele outro cara que vai poder disputar as eleições ", ou seja, Lula, em um eventual novo governo. E, para essa comparação citou o ministro da Ciência e Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes.

"Quem vai ser ministro de Ciência e Tecnologia? Marcos Pontes é um cara excepcional. Eu tenho certeza que o ministro da Ciência desse outro candidato não vai saber a diferença entre gravidade e gravidez", comparou.

O presidente chamou Pontes para participar da conversa que tinha o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier da Silva, sentado ao lado do presidente, e falar sobre o lançamento de um laboratório para a pesquisa de nióbio e grafeno "em breve".

Bolsonaro, inclusive, reconheceu que a pasta de Pontes foi prejudicada pelos cortes no Orçamento de 2021. Ele defendeu a pesquisa em ciência e tecnologia, principalmente, na exploração do nióbio e do grafeno, que são produtos que integram uma "super bateria" criada por um brasileiro, de acordo com Pontes. "Meu sonho é criar o Vale do Silício do nióbio e do grafeno", disse Bolsonaro, contando que comprou uma correntinha de nióbio por US$ 1 mil. "A gente não pode ficar entregando isso in natura para os outros", acrescentou. 

O presidente reconheceu a necessidade de investimentos em pesquisa no país. "Um país sem tecnologia corre o risco de ser escravizado", disse, mas não apontou solução para os cortes, mas reconheceu que "não dá para fazer milagre de uma hora para outra". 

 

Críticas ao socialismo

Bolsonaro reforçou as críticas ao socialismo, afirmando que, para mudar o país, é preciso "mostrar a realidade. "Alguém conhece um empresário socialista?Se é tão bom, porque não tem empresário socialista", questionou. Ele ainda chamou de "regime nefasto" o governo da Venezuela e o de "um país outro mais ao sul que está com problema", em referência à Argentina.

O presidente ainda afirmou que é contra as escola dos "sem terrinha", onde não é possível usar verde amarelo, segundo ele. "Já repararam quanto mais pobre o estado do país, mais tem parlamentares de esquerda. Quanto mais pobre o estado e o município, mais vereadores e deputados estaduais e federais de esquerda. É uma realidade", afirmou. Um empresário disse a ele que, para saber onde é bom fazer negócio, ele olha se tem muito vereador de esquerda. "Um município com  muito vereador de esquerda, é sinal de que não é bom para fazer negócio", disse.

O chefe do Executivo não poupou críticas aos governadores defensores do lockdown, "em especial aos de esquerda", que fazem a mesma política, porque isso, segundo ele, contribui para o aumento da pobreza no país. "Se ficar a política do lockdown, igual aquele prefeito petista lá de Araraquara (SP), vai quebrar a cidade inteira", disse, citando a cidade que conseguiu reduzir as mortes após adotar uma política mais dura de isolamento social e que, na madrugada de hoje, militares liderados pelo presidente do Ceagesp, o coronel Mello Araújo, fizeram carreata e levaram 200 toneladas de alimentos para o município.

O presidente ainda disse que o governo tem liberado os auxílios emergenciais, "mas sem motivos políticos", e que deixar a população na miséria para vai depender cada vez mais do estado é uma estratégia da esquerda para buscar voto, para as pessoas "com um cartão de auxílio na mão e um título no outro". "Pessoal da canhota quebra a perna e oferece muleta", disse.

 

Voto impresso

O presidente voltou a defender na apresentação o voto impresso "até setembro". "Precisamos que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) disponibilize no site o resultado de todas as seções do Brasil", disse, acrescentando que isso "não custa nada" e será um avanço "enorme" para a apuração. "Não quero culpar os ministros, mas o TSE sonega isso aí. A apuração é pública e o voto é secreto. E ponto final", disse. "Nós queremos ter a certeza  

De acordo com Bolsonaro, "na semana que vem" deverá ser instalada a comissão para apreciar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da deputada Bia Kicis (PSL-DF) que trata sobre sobre o voto impresso. "Espero que os plenários da Câmara e do Senado aprovem ai para acabar com a dúvida se há fraude ou não nas eleições", disse.

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