LOCKDOWN

Bolsonaro sobre decreto: "Já dei o recado. Daqui para frente vou agir"

Crítico das medidas de restrição, repetiu alfinetadas aos chefes de Executivo locais, reforçando que "não fechou nada" e que o Exército não irá às ruas para fiscalizar o cumprimento das regras, apenas para "manter a liberdade da população"

Ingrid Soares
postado em 14/05/2021 11:42 / atualizado em 14/05/2021 11:42
 (crédito: AFP / EVARISTO SA)
(crédito: AFP / EVARISTO SA)

O presidente Jair Bolsonaro voltou a ameaçar, indiretamente, nesta sexta-feira (14/5), baixar um decreto contra as medidas de lockdown adotadas por governadores e prefeitos em meio à pandemia da covid-19 que já vitimou mais de 430 mil brasileiros. Crítico das medidas de restrição, repetiu alfinetadas aos chefes de Executivo locais, reforçando que “não fechou nada” e que o Exército não irá às ruas para fiscalizar o cumprimento das regras, apenas para “manter a liberdade da população”. Declaração foi feita a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.

“Eu não fechei nada. Meu Exército só vai para as ruas para manter a liberdade de vocês. Jamais para mantê-los dentro de casa. Eu respondo pelos meus atos, agora se os governadores, prefeitos estão na contramão..."

Uma das bolsonaristas disse então que, em Foz do Iguaçu, estava se falando em “fechar tudo novamente”. O presidente rebateu: “Pessoal, já dei o recado que tinha que dar. Daqui para frente eu vou agir", bradou, sendo ovacionado aos gritos de “Isso aí!” e “O senhor tem o povo ao seu lado!”

No dia 5, o chefe do Executivo já havia ameçado baixar o decreto. Na data, o mandatário relatou ainda esperar não ter que cumprir a medida, mas que, caso ocorresse, "nenhum tribunal poderia contestá-lo".

“Nas ruas, já se começa a pedir, por parte do governo, que ele baixe um decreto e, se eu baixar um decreto, vai ser cumprido. Não será contestado por nenhum tribunal, porque ele será cumprido”, relatou.

CPI da Covid

O novo rompante do chefe do Executivo ocorre após o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), integrante da CPI da Covid, ter encaminhado, na quinta-feira (13), à Mesa da comissão um requerimento de convocação do filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). O pedido tem como base o depoimento do gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, que afirmou que Carlos  participou de reunião com a empresa para discutir a compra de vacinas, no Palácio do Planalto.

Ainda na conversa com apoiadores, um homem elogiou o presidente e disse que ele é "um presente de Deus para o Brasil". Bolsonaro respondeu rindo, em referência à CPI da Covid e aos problemas que tem enfrentado: "Eu tava agora há pouco perguntando o que que eu fiz de mal para pagar um preço tão caro".


 

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