O presidente Jair Bolsonaro condenou o trabalho dos senadores que fazem parte da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, que investiga ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia e eventuais irregularidades na administração de recursos da União repassados a estados e municípios. Em live nas redes sociais nesta quinta-feira (20/5), o mandatário chamou os parlamentares de desocupados e disse que o colegiado é um vexame nacional.
Durante a transmissão, o mandatário lembrou o episódio em que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho dele, chamou o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), de “vagabundo”. De acordo com o presidente da República, os parlamentares que estão do lado de Calheiros são da mesma índole. Bolsonaro chegou a se referir aos senadores como “súcia”, palavra usada para caracterizar um grupo de pessoas de péssima reputação.
“O coletivo que o Flávio acusou chama-se súcia, só para o pessoal começar a entender. O pessoal que acompanha o relator na íntegra é uma verdadeira súcia, que é um conjunto de pessoas desocupadas que não têm o que fazer. Estão apurando o quê?”, indagou o presidente.
"Canalha"
Bolsonaro criticou que os senadores não estejam investigando o desvio de verbas disponibilizadas pelo governo federal e concentrando o trabalho da CPI em depoimentos sobre cloroquina. O presidente voltou a defender que os médicos tenham autonomia para receitar o medicamento a pacientes infectados com o novo coronavírus, mesmo que ele não tenha eficácia comprovada pela ciência.
“Aquela pessoa que fica dizendo que é contra esse remédio que eu ofereci para a ema um tempo atrás, mas não apresenta alternativa, é um canalha. É simplesmente um canalha. Se esperar sentir falta de ar para procurar o hospital, qual o remédio que tem? Tubo. Vai ser entubado.”
O presidente também defendeu a ivermectina, usada no tratamento de infestações por parasitas, mas que não é recomendado para a covid-19 como a cloroquina. Bolsonaro reclamou das críticas feitas pela oposição ao remédio. “Por isso que a esquerda não toma porque vai matar o verme que eles são”, ponderou.
“O Brasil é o país da hipocrisia, a começar com essa CPI. Tinha vontade de voltar a ser deputado para falar o que eu penso sobre essa CPI. Mas sendo presidente, não pega bem. Em especial falar do relator da CPI. Um vexame. Ele foi, realmente, bem intitulado pelo senador Flávio Bolsonaro na semana passada”, acrescentou o mandatário.
Bolsonaro ainda comentou sobre o depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello à comissão, que tentou blindar o mandatário durante os dois dias de interrogatório. Segundo o presidente, o general do Exército “foi muito bem”.
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