CPI da Covid

Mayra Pinheiro diz que Ministério da Saúde orientou uso de tratamento precoce

Conhecida como "Capitã Cloroquina", secretária da pasta voltou a defender a adoção de medicamentos sem eficácia em pacientes infectados pela covid-19

Renato Souza
postado em 25/05/2021 11:51 / atualizado em 25/05/2021 11:53
 (crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
(crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

A médica Mayra Pinheiro, secretária de Relações do Trabalho do Ministério da Saúde, afirmou nesta terça-feira (25/5) que a pasta "orientou o uso de tratamento precoce para médicos de todo o país, não só de Manaus" durante a pandemia da covid-19. Mayra presta depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada no Senado para apurar ações e omissões do governo federal durante a disseminação do novo coronavírus no país.

De acordo com a médica, foram ignoradas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que fosse interrompido o uso de hidroxicloroquina em pacientes infectados pela covid. "O Ministério da Saúde não recomendou, mas orientou o uso de tratamento precoce para médicos de todo o país, não só de Manaus", disse Mayra.

O chamado "tratamento precoce" não funciona contra a doença, de acordo com diversos estudos conduzidos no Brasil e no mundo. Questionada sobre a ineficácia, Mayra disse que o país vive um cenário de guerra e que, nestas condições, os parâmetros para orientar o uso de medicamentos mudam.

Mayra ficou conhecida como "Capitã Cloroquina" por conta das reiteradas defesas do uso do medicamento contra a covid-19, mesmo sem eficácia. Em um dos discursos, ela alegou que, ao ser estabelecer políticas de isolamento social, se interrompeu "a evolução natural da doença". Na CPI, ela disse, sem comprovar, que crianças se infectam menos e transmitem menos a doença.

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