CPI da Covid

Senadores fazem acordo e convocam governadores para depor na CPI

Apesar de insistirem na convocação de governadores, foi sob reclamações de governistas que o plenário da comissão aprovou a convocação de chefes de Executivo estaduais. Decisão abre precedente para convocação do presidente Bolsonaro

Luiz Calcagno
postado em 26/05/2021 13:06
 (crédito: Edison Rodrigues/Agência Senado)
(crédito: Edison Rodrigues/Agência Senado)

Senadores aprovaram a convocação de governadores à Comissão Parlamentar de Inquérito da covid-19 sob reclamação de governistas. Isso já era esperado, já que independentes e oposição decidiram pela convocação de chefes de Executivo locais esvaziando a narrativa de governistas de que o colegiado teria a intenção de perseguir o presidente Jair Bolsonaro. Para completar, a convocação de governadores também abriu precedente para o requerimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, de convocar o mandatário.

Estão sendo chamados para depor, após 17 de abril, com datas ainda a marcar, os governadores do Amazonas, Wilson Lima (PSC), do Pará, Helder Barbalho (MDB), de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), de Roraima, Antonio Oliveira Garcia de Almeida (sem partido), do Amapá, Waldez Góes (PDT), de Rondônia, coronel Marcos José Rocha dos Santos (PSL), do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), do Tocantins, Mauro Carlesse (PSL), e Wellington Dias (PT), na condição de representante do Fórum dos Governadores.

O bate-boca desta terça-feira na CPI começou após o senador Randolfe avisar no plenário que o acordo estaria mal costurado. Pouco depois, senadores da oposição, o relator, Renan Calheiros (MDB-AL) e governistas fizeram exceção sobre algumas nomeações. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), reagiu. “Isso é falta de respeito para comigo, que fiz um acordo com vocês. Nós fizemos um acordo, senador Humberto Costa (PT-PE)”, reclamou. “Acordo é se convoca todo mundo. A base do governo vai votar contra a convocação do (ministro da Saúde) Queiroga, do (ex-ministro da Saúde) Eduardo Pazuello, e vai votar a favor de governadores?”, provocou Randolfe.

Marcos Rogério (DEM-RO) interveio e disse que “não foi esse o acordo”. Aziz provocou mais uma vez e afirmou que “parece que não aprovamos nada”. O governista acusou Randolfe de convocar Bolsonaro para evitar a convocação de governadores, requerimentos que, no entanto, foram aprovados em seguida. Aziz lembrou que não fica satisfeito com todas as convocações, mas que há um acordo.

“Eu fico triste. Eu tenho grande respeito pelo ex-governador e senador Jader Barbalho (MDB). Não é nenhuma alegria fazer isso com o filho dele. Não dá para fazer uma coisa ali e chegar aqui e o senador dizer que é contra. Não façam isso comigo”, irritou-se mais uma vez.

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