CPI da Covid

Pazuello diz que aplicativo 'TrateCov' foi hackeado e colocado no ar

Programa de computador recomendava uso de cloroquina para todas as pessoas com sintomas do novo coronavírus, inclusive bebês e gestantes

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello afirmou que o aplicativo "TrateCov", promovido em Manaus para recomendar o uso de medicamentos sem eficácia a pacientes infectados pela covid-19, foi "roubado" por um hacker e lançado na internet. O general fez as declarações no segundo dia de depoimento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 do Senado.

"Foi roubado, por um cidadão que nós identificamos. Existe uma ocorrência policial sobre o assunto", disse Pazuello. O senador Eduardo Braga (MDB-AM) lembrou que, apesar das declarações do ex-ministro, uma reportagem da TV Brasil apresentou o programa de computador pouco antes dele ser lançado na rede mundial de computadores no início de 2021.

De acordo com a reportagem, em 19 de janeiro deste ano, a plataforma já estava no ar em Manaus. No dia 11, em viagem à capital amazonense, Pazuello defendeu o "tratamento precoce", e disse que o diagnóstico da infecção pelo novo coronavírus era do médico, e não dos testes.

O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), destacou que o aplicativo foi publicizado antes de supostamente ter sido "roubado", como alegou o ex-ministro. "Esse programa que o ministro Pazuello fala que foi hackeado, foi hackeado e colocado na TV Brasil. O hacker é tão bom que conseguiu colocar o programa em uma matéria extensa na TV Brasil", ironizou o parlamentar.

Na plataforma, pacientes descreviam os sintomas e, ao final, recebiam receitas de medicamentos sem eficácia contra a covid-19, como cloroquina e ivermectina. A receita era emitida até mesmo para grupos vulneráveis, como crianças e bebês.

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