PANDEMIA

No ES, Bolsonaro volta a defender cloroquina: "Jamais errei por omissão"

Mandatário disse acreditar ter sido "o único presidente a procurar remédio para esse mal". O uso do medicamento contra covid-19, no entanto, é fortemente desaconselhado pela Organização Mundial da Saúde (OMS)

Ingrid Soares
postado em 11/06/2021 15:52 / atualizado em 11/06/2021 15:53
 (crédito: Evaristo Sá/AFP)
(crédito: Evaristo Sá/AFP)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (11/6), durante evento de entrega de casas em São Mateus, no Espírito Santo, que jamais errou por omissão em meio à pandemia da covid-19, que já vitimou fatalmente mais de 482 mil brasileiros. O mandatário voltou a defender a hidroxicloroquina, que não possui comprovação científica no tratamento contra o novo coronavírus e que é fortemente desaconselhada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para tais fins. O chefe do Executivo emendou que a população deve enfrentar o problema e não se acovardar diante do vírus.

"A comparação com governos anteriores quem tem que fazer são vocês. Como vivíamos no passado e como estamos hoje. Mas tem uma passagem bíblica que diz que se você for frouxo na hora da angústia, sua força será pequena. Devemos enfrentar os problemas, não temer. Decidir, levantar a cabeça e prosseguir, apesar do momento difícil da pandemia", apontou.

Ele reconheceu ter cometido erros, mas negou ter sido omisso em meio à doença. Bolsonaro disse também que apesar da pandemia, sempre esteve no "meio do povo". "Nós temos que ter sempre a verdade acima de tudo. Saber que ela nos liberta. Por muitas vezes, dói ouvir certas palavras, mas isso nos conforta porque somos humanos e erramos. Quantas vezes eu errei? Jamais errei por omissão. Desde o início da pandemia, estive no meio de vocês, nas comunidades mais pobres de Brasília, criticado por isso. Poderia ter ficado no Palácio da Alvorada, com todo o conforto do mundo, mas sempre preferi estar ao lado do povo. Sabendo que tinha um vírus mortal, mas que não os abandonei", acrescentou.

Hidroxicloroquina

Bolsonaro repetiu também que, ao ser diagnosticado com covid-19, tomou hidroxicloroquina. Em maio, o mandatário revelou ter pressionado seu médico para que receitasse o medicamento a el, que passou cerca de 15 dias em quarentena, despachando por videoconferência na residência oficial. Por fim, ele disse acreditar ter sido "o único presidente a procurar remédio para esse mal". O medicamento, no entanto, é fortemente desaconselhado pela OMS.

"Fui acometido do vírus e tomei a hidroxicloroquina. Talvez eu tenha sido o único chefe de Estado que procurou remédio para esse mal. Tinha que aparecer alguma coisa. Ouvi pessoas que tinham conhecimento sobre o caso, mas quando falei que aquilo poderia ser bom, a oposição abriu uma guerra contra a gente. Não vou esmorecer, sou cabeça dura, sou perseverante. Lutamos para salvar vidas, enfrentamos os mais variados e cruéis desafios. Eu sou "3 Is" — imorrível, imbrochável e incomível. A gente não pensa em reeleição, a gente pensa em bem servir a população. Isso nos dá uma energia que pouca gente pode sentir , não existe prazer maior que esse que poder ser útil em sua pátria", concluiu.

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