CPI DA COVID

Depoimentos de irmãos Miranda são marcados por bate-boca e "ombrada"

O senador Marcos do Val deu uma "ombrada" do deputado, que não partiu para cima, mas continuou a discussão

Sarah Teófilo
Bruna Lima
postado em 25/06/2021 23:25 / atualizado em 25/06/2021 23:26
 (crédito: Reprodução/Twitter)
(crédito: Reprodução/Twitter)

Considerado o dia mais quente e acirrado em termos de debate na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, a sessão desta sexta-feira (25/6) chegou a ser interrompida em meio ao bate-boca generalizado e registrou, inclusive, um confronto direto entre o senador Marcos do Val (Podemos/ES) e um dos depoentes, deputado Luis Miranda (DEM/DF).

Do Val deu uma "ombrada" no deputado, que não partiu para cima, mas continuou a discussão. Na gravação é possível ver os senadores Humberto Costa (PT-PE), Eliziane Gama (Cidadania-MA) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apartando a briga.

O fato ocorreu durante o intervalo de 10 minutos cedido pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) em razão da discussão acalorada durante a intervenção do senador da base Marcos Rogério (DEM-RO). O governista acusou a CPI de estar "diante de uma denúncia fraudulenta", acusando haver interesses de Miranda por trás das revelações. "Eu sei qual é a motivação."

Em seguida, senadores começaram a cobrar qual seria essa motivação e Marcos Rogério rebateu dizendo que Aziz também saberia a resposta. "Eu não sei qual é a motivação. Fale qual é a motivação", rebateu o presidente. Após o governista negar a resposta, a sessão foi interrompida.

"Rolo"

O deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirmou, durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 que é de Ricardo Barros (PP-PR) a culpa pelo "rolo" em relação ao contrato para a importação da Covaxin. Segundo Miranda, foi o presidente da República, Jair Bolsonaro, quem atribuiu ao líder do governo na Câmara a responsabilidade.

Colete

Um dos protagonistas do dia, o deputado federal Luis Miranda chegou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 usando um colete a prova de balas para prestar depoimento em relação ao contrato do governo federal para aquisição de 20 milhões de doses da vacina contra covid-19 Covaxin a R$1,6 bilhão, do laboratório indiano Bharat Biotech. O contrato foi assinado pela Precisa Medicamentos, que atua como representante do laboratório no Brasil desde o ano passado.

O deputado chegou sem o irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, que disse ao Ministério Público Federal (MPF) que sofreu “pressões anormais” de integrantes da alta cúpula da pasta para agilizar a importação do imunizante indiano. Na entrada da sessão, afirmou que o irmão foi abandonado pela pasta e que, por isso, teria vindo em avião comercial para prestar o depoimento.

"Infelizmente ele não teve segurança, não teve nada. Ele está sendo atacado por ter falado a verdade. Essa verdade que ele tem a falar deve ser muito séria, para ter tanta represália assim", afirmou. Miranda chegou pela entrada da frente da sala da comissão, onde ficam os jornalistas. Mas ele poderia ter chegado pela parte de trás da estrutura do Senado, sem passar pelos jornalistas. Além de colete à prova de balas, ele tinha uma Bíblia em mãos.

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