CPI da Covid

Noticia-crime contra Bolsonaro "não tem justa causa", diz Fernando Bezerra

Líder do governo no Senado alega que chefe do Executivo apresentou denúncia, em março, sobre suposto esquema de corrupção no Ministério da Saúde

Renato Souza
postado em 29/06/2021 13:38 / atualizado em 29/06/2021 13:39
 (crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
(crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), afirmou nesta terça-feira (29/6) que a notícia-crime apresentada por senadores contra o presidente Jair Bolsonaro pelo crime de prevaricação não "tem justa causa". Ele alega que em 22 de março, após conversar com o deputado Luis Miranda (DEM-DF), o chefe do Executivo determinou investigação sobre as denúncias relacionadas a vacinas contra o novo coronavírus.

Miranda afirma que existe um esquema de fraude na compra de imunizantes montado dentro do Ministério da Saúde. Ele diz ter informado o presidente sobre os atos de corrupção, mas relata que Bolsonaro não levou o caso à frente e nada fez para que o fato fosse investigado.

O deputado diz nunca ter sido ouvido por nenhuma autoridade, e disse que após denunciar o caso a Bolsonaro não foi mais recebido pelo presidente. O senador alega ainda que a denúncia foi levada até o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco. “O agente público era o secretário-executivo. Foi verificado, depois, que não havia qualquer tipo de irregularidade contratual”, disse o parlamentar.

“A notícia-crime ora em análise não tem justa causa idônea para o seu seguimento”, afirmou Bezerra. Em resposta, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, afirmou que o envio da notícia-crime foi uma iniciativa dele e de outros senadores, não da comissão.

Fontes na Polícia Federal atestam que nenhuma diligência sobre o caso foi aberta pela corporação.

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