CPI da Covid-19

Aziz: "Membros do lado podre das Forças Armadas estão envolvidos com falcatrua"

CPI tem apurado relacão de militares com irregularidades na aquisição de vacinas contra covid-19 pelo Ministério da Saúde. Parlamentares suspeitam de disputa por espaço nessas negociações entre militares e o Centrão

Sarah Teófilo
postado em 07/07/2021 13:31 / atualizado em 07/07/2021 13:33
 (crédito: Edilson Rodrigues)
(crédito: Edilson Rodrigues)

Em meio ao surgimento de nomes de militares nas suspeitas da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 sobre irregularidades nas negociações de compra de vacinas, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que “membros do lado podre das Forças Armadas estão envolvidos com falcatrua dentro do governo”.

“Olha, eu vou dizer uma coisa: os bons das Forças Armadas devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que hoje estão na mídia, porque fazia muito tempo, fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo”, disse. Parlamentares na CPI suspeitam de disputa por espaço nessas negociações entre militares e o Centrão.

Aziz citou os nomes do ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuelo, do ex-secretário-executivo da pasta,coronel Elcio Franco e coronel Guerra. Este último é citado em mensagens do cabo da Polícia Militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominghetti, que acusa o ex-diretor do Departamento de de Logística (DLOG) do ministério, Roberto Dias, de ter pedido propina para aprovar a compra de vacinas. Na semana passada, Dominghetti afirmou à CPI que se encontrou com o ex-diretor em um shopping de Brasília, em 25 de fevereiro. Dias presta depoimento à CPI nesta quarta-feira (7/7).

Dominghetti disse ter sido apresentado a Dias por intermédio de mais um militar: o tenente-coronel Marcelo Blanco, que era assessor do DLOG até janeiro deste ano, e também tinha a função de diretor substituto do departamento.

De acordo com o cabo, na ocaisão, ele tentou negociar 400 milhões de doses de vaicna da AstraZeneca, a US$ 3,50 por dose, e Dias teria pedido propina de US$1 por dose para fechar negócio.

Nomes de outros militares também surgem na apuração da CPI. O servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, que falou ter sofrido “pressões anormais” para agilizar a importação da vacina indiana Covaxin, afirmou que as pressões vinham de seus superiores, e citou dois militares: o tenente-coronel Alex Lial Marinho, ex-coordenador-geral de Aquisições de Insumos Estratégicos para Saúde, e o coronel da reserva Marcelo Bento Pires, ex-diretor de Programas.

O próprio depoente desta quarta-feira (7/7), Roberto Dias, já foi sargento da Aeronáutica. “Infelizmente, o que nós temos ouvido aqui nos relatos do depoente é que geralmente tem alguém das Forças Armadas. Isso não é bom para o Brasil. Não é bom”, disse Omar Aziz.

 

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